Desenvolvimento Sustentável

Em Brasília, Lide debate oportunidades e desafios para transição energética

Investimentos verdes e desenvolvimento sustentável foram tema do evento realizado na capital federal, que contou com a presença de parlamentares e empresários

Presidente do Lide Brasília e do PSD-DF, Paulo Octávio abordou o crescimento da energia solar na capital federal -  (crédito: Divulgação/ Lide)
Presidente do Lide Brasília e do PSD-DF, Paulo Octávio abordou o crescimento da energia solar na capital federal - (crédito: Divulgação/ Lide)

O Lide – Grupo de Líderes Empresariais reuniu, em evento em Brasília, nesta quarta-feira (4/12), parlamentares e empresários no Fórum Brasil para tratar de transição energética, investimentos verdes e desenvolvimento sustentável. Os líderes discutiram as oportunidades e desafios para uma economia de baixo carbono e o potencial do Brasil em se tornar referência global no tema. 

Na abertura do encontro, o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), defendeu que “não há antinomia entre desenvolvimento e proteção do meio ambiente”. “O Brasil tem muito a apresentar ao mundo no tocante à transição energética. Nossa matriz energética é predominantemente hidráulica e limpa, e ainda temos enorme potencial na energia solar e eólica”, destacou. 

O ministro lembrou os recentes eventos climáticos e afirmou que esses são sinais de que políticas ambientais mais eficazes são urgentes, enfatizando a responsabilidade do Brasil na preservação dos seus recursos naturais e defesa do meio ambiente. “A transição energética e climática é uma oportunidade de reafirmar nosso compromisso com o desenvolvimento sustentável, mostrando ao mundo que o Brasil é um exemplo de equilíbrio entre progresso e preservação ambiental”, completou. 

Em participação remota, o governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), comemorou a aprovação da regulação do mercado de créditos de carbono. Segundo ele, os recursos gerados com a venda serão direcionados para promover justiça social, beneficiando especialmente as comunidades mais vulneráveis, que são diretamente impactadas pelas mudanças climáticas.

“Os recursos serão obrigatoriamente revertidos para comunidades tradicionais, quilombolas, ribeirinhas, extrativistas, além de agricultores. Portanto, é a socialização dos recursos oriundos do mercado de carbono que se apresentam como solução para que nós possamos garantir a agregação de valor”, disse. 

Barbalho destacou ainda a importância da regulação para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, a COP30, que acontece em 2025 em Belém do Pará. “A partir deste mercado, contribuindo com a oferta de carbono capturado para neutralizar as emissões, vamos buscar a meta de NET zero (de zerar emissões) e fazer com que o Brasil e o mundo cumpram suas metas, para que possamos chegar na COP30 efetivamente com resultados que possam deixar um legado para a nossa sociedade”, acrescentou. 

O presidente do Lide Brasília e do PSD-DF, Paulo Octávio, abordou o crescimento da energia solar na capital federal. “Aqui no caso de Brasília, por exemplo, que é uma cidade ensolarada, a energia solar tem crescido muito. Hoje, pelo menos, 20% dos empreendimentos já utilizam energia solar, e nos nossos empreendimentos, a energia é 100% solar. É uma fonte limpa, econômica e sustentável que oferece redução nos custos para os consumidores”, frisou. 

Fundo Constitucional 

O governador Ibaneis Rocha (MDB) aproveitou sua participação no evento para defender a manutenção da correção do Fundo Constitucional do Distrito Federal (FCDF). Segundo ele, a medida proposta pelo governo federal no pacote de corte de gastos enviado ao Congresso comprometeria a autonomia da capital federal e sua capacidade de oferecer serviços essenciais à população.

“A proposta de reduzir o Fundo Constitucional é absurda do ponto de vista conceitual e econômico. Foi a lei que criou esse fundo que garantiu a verdadeira autonomia do Distrito Federal. A capital da República não pode ser submissa ao governo federal”, declarou.

O evento reuniu mais de 180 empresários de todo o Brasil no Brasília Palace Hotel. “Mostra que o setor produtivo quer ouvir, participar, trabalhar e entender o Brasil”, enfatizou Paulo Octávio, que também usou da ocasião para falar para parlamentares em defesa do FCDF. 

“O Brasil precisa de segurança jurídica e a segurança jurídica é atravessada quando a cada ano temos um susto. Uma mudança no Fundo, que foi sancionado pelo presidente Fernando Henrique Cardoso, vai prejudicar muito o futuro da nossa cidade, então fica aqui o apelo mais uma vez nesse sentido”, finalizou. 

postado em 04/12/2024 15:49 / atualizado em 04/12/2024 15:51
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