Pacote fiscal

"Haddad nunca esteve tão forte", avalia secretário-executivo da Fazenda

Para o nº 2 da da Fazenda, as medidas de corte de gastos foram amplamente discutidas e o anúncio assegurou unidade entre as pastas. Durigan disse ainda que a prioridade é concluir a votação da contenção de despesas no Congresso ainda este ano

Segundo Durigan, o presidente Lula sinalizou a intenção de envolver mais ministérios na elaboração para proteger tanto Haddad -  (crédito: Diogo Zacarias/Ministério da Fazenda)
Segundo Durigan, o presidente Lula sinalizou a intenção de envolver mais ministérios na elaboração para proteger tanto Haddad - (crédito: Diogo Zacarias/Ministério da Fazenda)

O secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, negou que o pacote fiscal para corte de gastos tenha enfraquecido a equipe econômica e a figura do ministro Fernando Haddad. Para ele, as medidas foram amplamente discutidas e o anúncio feito pelo governo assegurou unidade entre as pastas.

“O ministro Haddad, e a nossa equipe da Fazenda, nunca esteve tão forte, essa é a minha percepção”, disse nesta segunda-feira (2/12), durante o 2° Fórum Político da XP Investimentos, em São Paulo.

As medidas foram anunciadas após um mês com sucessivos adiamentos. A avaliação de analistas de mercado é de que a demora acabou desgastando a imagem do ministro, além de evidenciar resistência política aos cortes. 

Segundo Durigan, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sinalizou a intenção de envolver mais ministérios na elaboração para proteger tanto Haddad e afirmou que os ministérios da Casa Civil e da Fazenda estavam “mais alinhados do que nunca” durante a formulação das medidas.

O pacote, detalhado na última semana, prevê uma contenção de gastos de R$ 327 bilhões em cinco anos. Entre as medidas previstas está a imposição de um teto de 2,5% para o reajuste real do salário mínimo, além da redução do limite de renda para ser elegível ao abono salarial e pente fino em programas sociais.

O projeto, encaminhado pelo governo ao Congresso, inclui medidas de redução de gastos públicos com previdência dos militares, limite de crescimento de emendas parlamentares e uma lei complementar que impõe um teto de remuneração nacional contra os super salários em todas as despesas púbicas, entre outras iniciativas.

O nº 2 da Fazenda afirmou que o teto ao reajuste real do salário mínimo foi o "gesto maior" do presidente Lula, já que a medida limita a política de valorização do salário mínimo conforme o ritmo de crescimento do PIB, uma de suas promessas de campanha.

"O presidente tomou a decisão porque entendeu que vale a pena tirar o pé da valorização do salário mínimo por uma economia mais forte, por uma economia com menos inflação, por uma economia com as despesas dentro da banda do arcabouço", afirmou.

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O secretário afirmou que o presidente compreendeu a mudança, assim como o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, que chegou a ameaçar pedir demissão caso soubesse mudanças na política de valorização do mínimo.

Durigan reconheceu ainda que o governo tem um “desafio grande” de aprovar o pacote no Congresso no prazo necessário, mas afirmou que há um compromisso firmado com os presidentes da Câmara e do Senado, e que a prioridade é concluir as medidas de contenção de despesas ainda este ano.

postado em 02/12/2024 15:19 / atualizado em 02/12/2024 16:40
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