O Carrefour recuou, na noite de segunda-feira-feira (25/11), de comunicado controverso em que anuncia decisão de não vender carnes de fornecedores do Mercado Comum do Sul (Mercosul), mas a polêmica envolvendo a rede de supermercados ainda não chegou ao fim. Mesmo com o recuo, o CEO da empresa, Alexandre Bompard, mantém a publicação realizada na quarta-feira (20/11), em que se expõe a decisão e busca influenciar outras redes a deixarem de vender carne dos países do bloco econômico.
O embate entre o grupo e as representações brasileiras começou após o anúncio de Bompard nas redes sociais. No comunicado, o empresário critica o acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia. Ele alega ainda que a importação pode acarretar “risco de a produção de carne que não cumpre com seus requisitos e padrões se espalhar pelo mercado francês”.
A fala do CEO gerou reação da Agência Brasileira de Promoção das Exportações e Atração de Investimentos (ApexBrasil), que afirmou “não haver motivos razoáveis para restrições à carne produzida no Mercosul”. Outro crítico à nota foi a embaixada do Brasil na França, que afirmou que a fala de Bompard reflete uma “opinião infundada”.
Embora o grupo tenha lamentado a suspensão do fornecimento em mensagem destinada ao público brasileiro, outro comunicado, destinado ao público francês mostra outra postura da rede frente à polêmica. Em nota publicada na manhã desta terça-feira (26/11), o Carrefour afirmou que não tem intenção de “opor a agricultura francesa à agricultura brasileira” e justificou que a decisão objetiva apoiar os agricultores franceses, que atravessam uma crise.
Segundo o grupo, na França, o Carrefour “é o primeiro parceiro da agricultura francesa” e compra quase toda a carne que necessita do mercado nacional. O mesmo acontece na representação no Brasil, em que o grupo afirmou priorizar a compra de carne produzida no território brasileiro.
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