Em meio ao nervosismo do mercado com a política fiscal do governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu na segunda-feira (4/11) com ministros no Palácio do Planalto para discutir medidas de contenção de despesas obrigatórias. O encontro começou por volta das 15h30 e terminou por volta das 18h45, sem nenhum anúncio oficial.
Ofensiva contra cortes
Na semana passada, os ministros da Educação e do Trabalho deram declarações polêmicas sobre uma possível contenção em suas respectivas pastas. Em meio às discussões, surgiram rumores de que o governo estaria considerando mudanças no seguro desemprego e na multa de 40% de demissão sem justa causa.
Marinho afirmou que não havia sido consultado por outros integrantes do governo sobre a agenda de revisão de gastos e ameaçou pedir demissão caso a decisão não contasse com sua participação. Os gastos obrigatórios incluem benefícios previdenciários, assistenciais, folha de salários e benefícios como seguro-desemprego. “Se nunca discutiu comigo, essas medidas não existem. Se eu sou responsável pelo tema trabalho e emprego (esse debate não existe), a não ser que o governo me demita”, disse a jornalistas.
Já Santana, se posicionou durante a Reunião Global de Educação do G20 — grupo das 19 maiores economias do planeta, mais União Europeia e União Africana — dizendo ser “terminantemente contra” um corte de gastos na área.
No caso da educação, os principais programas afetados, no caso da educação, seriam o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) e o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDTC).
Expectativa do mercado
Na avaliação do sócio da GWX Investimentos, Ciro de Avelar, a expectativa é que o dólar se mantenha no patamar atual, acima de R$ 5,70, durante esta semana, à espera do resultado das eleições nos EUA, que pode ser divulgado apenas no próximo fim de semana.
“Todo mundo está muito cauteloso ainda para os próximos dias, porque o dólar ainda pode subir bastante, dependendo do que acontecer com as eleições americanas. Se o anúncio dos ajustes fiscais não forem condizentes com a realidade do Brasil, ou com com a execução de que esses cortes possam acontecer, a gente também vai ver uma fuga de dólares no país”, avalia o especialista.
Ainda de acordo com o especialista, uma vitória de Kamala Harris pode significar uma probabilidade menor de valorização do dólar e aumento da inflação nos EUA. “Se o Trump for o vencedor, as medidas protecionistas que ele pretende implementar vão gerar inflação e juros mais altos nos Estados Unidos. Então isso vai acabar desvalorizando o real”, destaca.
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