CB.Agro

Executivo condena fala de diretor da Danone sobre soja nacional: 'Erro fatal'

O presidente da Abraleite, Geraldo Borges, cobrou uma retratação da multinacional francesa após o diretor financeiro da empresa afirmar que deixaria de importar grãos do Brasil por questões ambientais

Geraldo Borges, presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Leite (Abraleite), cobrou uma retratação proporcional da Danone após o diretor financeiro da empresa francesa afirmar que deixaria de importar soja do Brasil por questões ambientais. O executivo brasileiro disse, em entrevista ao CB.Agro desta sexta-feira (1º/11), que a declaração do representante da gigante de laticínios foi um "erro fatal" e "sem embasamento". O programa é uma parceria do Correio com a TV Brasília.

Para Borges, as falas do diretor Juergen Esser, publicadas pela agência de notícias Reuters na última sexta-feira (25), não são baseadas em dados reais nem verídicas.

“O ideal é que a empresa conserte o erro de comunicação dela, o erro fatal desse diretor global que, na nossa opinião, não se baseou em informações, mas apenas soltou o que quis dizer, sem embasamento. Que ele prove. Por que ele não mostra dados? Ao generalizar dessa forma, ele causa um impacto muito negativo. A Danone precisa se redimir”, apontou.

Logo após ver o estrago que a fala do seu diretor tinha causado, a Danone desmentiu Esser e garantiu que segue comprando soja do Brasil. 

O presidente da Abraleite ressaltou, porém, que a postura do diretor global prejudica a imagem da cadeia de laticínios e de grãos no Brasil. Borges disse acreditar, porém, que, apesar do dano à imagem, um boicote talvez não seja eficaz para a economia brasileira. Segundo ele, como a Danone atua no país há décadas, uma retaliação poderia impactar a cadeia produtiva do leite.

Para o executivo, não se trata de uma questão ambiental, mas de uma possível perseguição comercial da empresa francesa contra o setor agropecuário brasileiro.

“Parece mais um problema comercial do que ambiental, uma espécie de perseguição. Principalmente vindo de uma empresa de um país que sempre colocou o Brasil nessa ‘pecha’ (antiambiental). Vamos ser claros: a preservação no Brasil é exemplar, enquanto na França e em partes da Europa não há o mesmo nível de cuidado com a preservação ambiental”, declarou.

Confira entrevista na íntegra

 

*Estagiária sob a supervisão de Andreia Castro

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