O Carrefour recuou, na noite de segunda-feira-feira (25/11), de comunicado controverso em que anuncia decisão de não vender carnes de fornecedores do Mercado Comum do Sul (Mercosul), mas a polêmica envolvendo a rede de supermercados ainda não chegou ao fim. Mesmo com o recuo, o CEO da empresa, Alexandre Bompard, mantém a publicação realizada na quarta-feira (20/11), em que se expõe a decisão e busca influenciar outras redes a deixarem de vender carne dos países do bloco econômico.
Par solidarité avec le monde agricole, Carrefour prend l’engagement de ne commercialiser aucune viande en provenance du Mercosur. Tel est le sens de mon message aux présidents des syndicats agricoles. pic.twitter.com/bGo3ttA7Yt
— Alexandre Bompard (@bompard) November 20, 2024
O embate entre o grupo e as representações brasileiras começou após o anúncio de Bompard nas redes sociais. No comunicado, o empresário critica o acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia. Ele alega ainda que a importação pode acarretar “risco de a produção de carne que não cumpre com seus requisitos e padrões se espalhar pelo mercado francês”.
A fala do CEO gerou reação da Agência Brasileira de Promoção das Exportações e Atração de Investimentos (ApexBrasil), que afirmou “não haver motivos razoáveis para restrições à carne produzida no Mercosul”. Outro crítico à nota foi a embaixada do Brasil na França, que afirmou que a fala de Bompard reflete uma “opinião infundada”.
Embora o grupo tenha lamentado a suspensão do fornecimento em mensagem destinada ao público brasileiro, outro comunicado, destinado ao público francês mostra outra postura da rede frente à polêmica. Em nota publicada na manhã desta terça-feira (26/11), o Carrefour afirmou que não tem intenção de “opor a agricultura francesa à agricultura brasileira” e justificou que a decisão objetiva apoiar os agricultores franceses, que atravessam uma crise.
Segundo o grupo, na França, o Carrefour “é o primeiro parceiro da agricultura francesa” e compra quase toda a carne que necessita do mercado nacional. O mesmo acontece na representação no Brasil, em que o grupo afirmou priorizar a compra de carne produzida no território brasileiro.