COP29

ONU apela por acordo de financiamento climático: "Vamos cortar o teatro"

Negociações em torno da cúpula do clima vêm desenhando um texto final focado na otimização de um sistema de financiamento climático. O presidente da COP29 também pede ajuda do Brasil para tentar destravar acordo

Stiell afirmou que é preciso
Stiell afirmou que é preciso "olhar a floresta em vez de perder tempo travando negociações sobre uma árvore" - (crédito: Alexander NEMENOV / AFP)

O grau de ambição dos países em desenvolvimento nas ações climáticas depende da oferta de financiamento das maiores economias do mundo, que estão reunidas no Rio de Janeiro para a Cúpula de chefes de estado do G20 — grupo das 19 maiores economias do planeta, mais União Europeia e União Africana. O secretário-executivo das Nações Unidas para o clima, Simon Stiell, voltou a cobrar os países por um acordo para o tema. 

“Vamos cortar o teatro e tratar da realidade esta semana”, criticou nesta segunda-feira (18/11), durante a nova rodada de reuniões da 29ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP29), que acontece em Baku, no Azerbaijão, evento paralelo ao G20. Ele afirmou que é preciso “olhar a floresta em vez de perder tempo travando negociações sobre uma árvore”. 

As negociações em torno da cúpula do clima vêm desenhando um texto final focado na otimização de um sistema de financiamento climático. O objetivo é destravar  verbas dos países desenvolvidos para acelerar a transição energética em nações mais pobres, bem como ajudar em questões de adaptação aos danos dos eventos extremos do clima.

O presidente da COP29, Mukhtar Babayev, também pediu ajuda do Brasil e do Reino Unido para tentar destravar as negociações. O Brasil foi escolhido para a missão porque sediará a próxima COP, em Belém, em 2025. O Reino Unido, por sua vez, foi o último país desenvolvido a sediar uma COP, em Glasgow, na Escócia, em 2021. Os dois países também foram os primeiros a apresentarem suas novas metas climáticas para os próximos 10 anos, que devem ser submetidas até fevereiro. 

Segundo o Acordo de Paris, para que os países em desenvolvimento consigam apresentar metas ambiciosas de redução das emissões de gases de efeito estufa, as nações mais ricas devem providenciar esses recursos. O primeiro bloco luta por um fundo de, pelo menos, US$ 1,3 bilhão, composto por doações. Ao mesmo tempo, a proposta dos desenvolvidos inclui, majoritariamente, empréstimos bancários.

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postado em 18/11/2024 15:31 / atualizado em 18/11/2024 15:36
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