O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e o ministro da Economia da Argentina, Luis Toto Caputo, assinam nesta segunda-feira (17/11) um acordo para a importação de gás natural de Vaca Muerta, campo localizado entre as províncias de Neuquén e Rio Negro. A expectativa é de que, com a compra de gás argentino, o preço do insumo caia no mercado brasileiro.
A negociação acontece às margens da Cúpula de Chefes de Estado do G20 — grupo das 19 maiores economias do planeta, mais União Europeia e União Africana — no Rio de Janeiro. Inicialmente, o Brasil deve importar 2 milhões de metros cúbicos por dia já em 2024, com aumento gradual para 10 milhões m³/dia em três anos e até 30 milhões de metros cúbicos diários até 2030.
Esse é o mesmo volume que a Bolívia exporta para o Brasil, mas que foi sendo reduzido devido ao esgotamento da produção boliviana. O gás natural é utilizado como fonte de energia para a geração de calor e eletricidade, além de servir de matéria-prima para a indústria. Ele emite um menor teor de gases poluentes na atmosfera e apresenta elevada produtividade. Entretanto, é uma fonte de energia não renovável.
De acordo com o Ministério de Minas e Energia, o gás de Vaca Muerta custa US$ 2 por milhão de BTU (unidade de medida equivalente a 26,8 m³) e deve chegar ao Brasil ao custo de US$ 7 a US$ 8 o milhão de BTU, abaixo do preço médio de cerca de US$ 11 a US$ 12 por milhão de BTU praticado no Brasil.
O custo porém dependerá da rota escolhida, entre as cinco disponíveis, o que ainda não foi definido, sendo que pelo Gasoduto Bolívia-Brasil a expectativa é de que o Brasil possa importar 2 milhões de metros cúbicos diários (m³/d), com a inversão do gasoduto que leva gás da Bolívia para a Argentina.
Outras possibilidades seriam via Paraguai, construindo uma gasoduto novo pelo Chaco Paraguaio; ligando a Argentina direto em Uruguaiana, no Rio Grande do Sul; ligando com o Rio Grande do Sul pelo Uruguai; ou convertendo o gás de Vaca Muerta em Gás Natural Liquefeito (GNL), o que encarece o produto.
Enel
Em encontro bilateral ontem, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, conversaram sobre a concessionária de energia Enel, empresa de capital mista com participação do Estado italiano.
Segundo o comunicado do governo brasileiro, Lula e Meloni teriam concordado sobre a "necessidade de avanços na melhoria do serviço prestado pela empresa, em especial em São Paulo". O estado tem sofrido com falhas no fornecimento, como as de novembro do ano passado e a de outubro deste ano.
Na ocasião, a empresa atribuiu os problemas aos impactos dos temporais. O texto diz que Meloni afirmou que as empresas italianas têm planos de investir 40 bilhões de euros no Brasil e falou sobre a atualização dos acordos de parceria e cooperação.
(Com Agência Estado)
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