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Dólar volta a subir nesta sexta-feira e fecha semana em R$ 5,73

Após semana cheia, com decisão de juros no Brasil e nos EUA, além de eleição de Donald Trump, moeda norte-americana acumula queda de 2,3%

A alta do dólar registrada no último dia da semana acompanhou o movimento observado em outras divisas -  (crédito: gerault/pixabay)
A alta do dólar registrada no último dia da semana acompanhou o movimento observado em outras divisas - (crédito: gerault/pixabay)

O dólar voltou a se apreciar em relação ao real. Nesta sexta-feira (8/11), o câmbio da moeda norte-americana no país registrou alta de 1,09% e encerrou a semana cotado a R$ 5,73. Já o valor de venda do dólar turismo, utilizado como referência para as casas de câmbio, também se valorizou e atingiu R$ 5,98 ao final da sessão.

A alta do dólar registrada no último dia da semana acompanhou o movimento observado em outras divisas. O Índice DXY, que mede a força da divisa norte-americana na comparação com as principais moedas do mundo, avançou 0,5% no pregão desta sexta. Apesar da alta, o dólar encerrou uma semana bastante volátil em queda de 2,3% ante o real.

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O Índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa/B3), no entanto, apresentou uma forte queda de 1,43%, aos 127.829 pontos, com as ações da Vale (VALE3) e dos grandes bancos influenciando o resultado negativo da bolsa brasileira. Os papeis da mineradora sofreram com a queda do minério de ferro na China, após um anúncio de investimentos no setor pelo país asiático que decepcionou diversos agentes de mercado durante o dia, e cedeu 4,61% no fechamento.

O resultado fraco da bolsa, que registrou a terceira queda consecutiva, pode ser considerada uma resposta negativa do mercado em relação à aparente demora do governo em anunciar medidas para reduzir os gastos no orçamento do ano que vem. Os dados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que acumula 4,76% no ano e vieram acima do esperado, também contribuíram para a reação pessimista dos investidores.

“Os investidores mantêm uma postura cautelosa diante da expectativa sobre possíveis medidas fiscais no Brasil, que, se robustas, podem influenciar diretamente a percepção sobre a trajetória das taxas de juros locais. Contudo, a falta de clareza e promessas recorrentes de cortes de gastos sem ações concretas têm desestimulado boa parte dos investidores, ocasionando uma fuga de capital”, avalia o analista da Ouro Preto Investimentos, Sidney Lima.

Todos os principais bancos também encerraram a sessão no vermelho, com queda de 0,76% nas ações do Banco do Brasil (BB). Bradesco (1,10%); Itaú Unibanco (1,57%) e Santander (1,22%) também viram suas ações fecharem o dia em baixa. No sentido contrário, os papeis da Petrobras (PETR4) tiveram uma alta mais forte, de 1,89%, após a companhia divulgar o balanço do terceiro trimestre, que ficou acima do esperado pelo mercado.

Nos EUA, o sentimento ainda é de animosidade com a eleição do republicano Donald Trump, que promete políticas mais expansionistas, com valorização da moeda e mercado aquecido. Os principais índices do país tiveram a melhor semana do ano. O Dow Jones acumulou alta de 4,61% ao longo da semana, enquanto que S&P 500 e Nasdaq subiram 5,76% e 4,67%, respectivamente.

postado em 08/11/2024 19:55
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