CB.Agro

Executivo condena fala de diretor da Danone sobre soja nacional: "Erro fatal"

O presidente da Abraleite, Geraldo Borges, cobrou uma retratação da multinacional francesa após o diretor financeiro da empresa afirmar que deixaria de importar grãos do Brasil por questões ambientais

Para Borges, as falas do diretor Juergen Esser, em entrevista à agência de notícias publicadas na última sexta-feira (25/10), não têm base em dados reais e não seriam verídicas -  (crédito:  Kayo Magalhães/CB/D.A Press)
Para Borges, as falas do diretor Juergen Esser, em entrevista à agência de notícias publicadas na última sexta-feira (25/10), não têm base em dados reais e não seriam verídicas - (crédito: Kayo Magalhães/CB/D.A Press)

Geraldo Borges, presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Leite (Abraleite), cobrou uma retratação proporcional da Danone após o diretor financeiro da empresa francesa afirmar que deixaria de importar soja do Brasil por questões ambientais. O executivo brasileiro disse, em entrevista ao CB.Agro desta sexta-feira (1º/11), que a declaração do representante da gigante de laticínios foi um "erro fatal" e "sem embasamento". O programa é uma parceria do Correio com a TV Brasília.

Para Borges, as falas do diretor Juergen Esser, publicadas pela agência de notícias Reuters na última sexta-feira (25), não são baseadas em dados reais nem verídicas.

“O ideal é que a empresa conserte o erro de comunicação dela, o erro fatal desse diretor global que, na nossa opinião, não se baseou em informações, mas apenas soltou o que quis dizer, sem embasamento. Que ele prove. Por que ele não mostra dados? Ao generalizar dessa forma, ele causa um impacto muito negativo. A Danone precisa se redimir”, apontou.

Logo após ver o estrago que a fala do seu diretor tinha causado, a Danone desmentiu Esser e garantiu que segue comprando soja do Brasil. 

O presidente da Abraleite ressaltou, porém, que a postura do diretor global prejudica a imagem da cadeia de laticínios e de grãos no Brasil. Borges disse acreditar, porém, que, apesar do dano à imagem, um boicote talvez não seja eficaz para a economia brasileira. Segundo ele, como a Danone atua no país há décadas, uma retaliação poderia impactar a cadeia produtiva do leite.

Para o executivo, não se trata de uma questão ambiental, mas de uma possível perseguição comercial da empresa francesa contra o setor agropecuário brasileiro.

“Parece mais um problema comercial do que ambiental, uma espécie de perseguição. Principalmente vindo de uma empresa de um país que sempre colocou o Brasil nessa ‘pecha’ (antiambiental). Vamos ser claros: a preservação no Brasil é exemplar, enquanto na França e em partes da Europa não há o mesmo nível de cuidado com a preservação ambiental”, declarou.

Confira entrevista na íntegra

 

*Estagiária sob a supervisão de Andreia Castro

https://whatsapp.com/channel/0029VaB1U9a002T64ex1Sy2w


postado em 01/11/2024 16:32 / atualizado em 01/11/2024 17:52
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