A produção industrial no Brasil apresentou um avanço de 1,1% em setembro de 2024, conforme dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (1/11). O resultado, que supera as expectativas de alta de 0,9% na variação mensal, representa a continuidade do ritmo de recuperação da indústria, que havia registrado um leve crescimento de 0,2% no mês de agosto.
Na comparação anual, o desempenho também surpreendeu positivamente. A produção industrial subiu 3,4% em relação ao mesmo mês do ano anterior, superando as projeções de alta de 2,8%. Esse é o quarto mês consecutivo de alta na base anual, consolidando um crescimento acumulado de 3,1% nos primeiros nove meses de 2024 e uma taxa anualizada de 2,6%, que vem apresentando um fortalecimento gradual desde maio.
Setores em destaque
Entre as atividades industriais, destacaram-se positivamente os setores de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis, que cresceu 4,3%, e de produtos alimentícios, que avançou 2,3%. Esses segmentos reverteram o desempenho negativo dos meses de julho e agosto, nos quais haviam acumulado perdas significativas de 3,5% e 4,2%, respectivamente.
Outras contribuições expressivas para o crescimento da produção em setembro vieram dos setores de veículos automotores (2,5%), produtos do fumo (36,5%), metalurgia (2,4%) e máquinas, aparelhos e materiais elétricos (3,3%). Esse panorama positivo sinaliza uma recuperação importante de setores estratégicos da indústria, após períodos de retração.
Desafios
Por outro lado, alguns setores industriais enfrentaram queda em setembro, pressionando o desempenho geral do setor. As indústrias extrativas, com recuo de 1,3%, retornaram ao terreno negativo após uma alta de 1,0% em agosto, enquanto o setor de produtos químicos registrou queda de 2,7%, interrompendo uma sequência de três meses de crescimento que havia acumulado expansão de 10,5%.
Outros impactos negativos significativos vieram dos setores de equipamentos de transporte (-7,8%) e de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-3,7%). Essas reduções refletem um ambiente de ajustes e desafios para setores específicos da indústria, que lidam com pressões de custos e demanda.
Entre as grandes categorias econômicas, a produção de bens de capital registrou o maior crescimento percentual em setembro, com avanço de 4,2%, recuperando-se parcialmente da queda de 4,6% observada em agosto. Os segmentos de bens intermediários e de bens de consumo semi e não duráveis também tiveram alta, com variações positivas de 1,2% e 0,6%, respectivamente. Essas categorias acumulam, nas últimas duas leituras, crescimentos de 1,6% e 1,1%.
Em contrapartida, o setor de bens de consumo duráveis apresentou uma queda de 2,7%, repetindo a magnitude de perda de agosto. Esse segmento ainda enfrenta dificuldades para retornar a uma trajetória de crescimento sustentável, refletindo um contexto de consumo cauteloso e de pressão inflacionária sobre os bens de maior valor.
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