Após a prévia da inflação indicar uma aceleração forte em outubro, de 0,54%, bem acima da variação registrada nos meses anteriores, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o governo está preocupado com o impacto da seca nos preços de alimentos e energia, que registraram as maiores altas por grupo, de acordo com os resultados do IPCA-15 divulgados nesta quinta-feira (24/10).
“No acumulado do ano, nós estamos entendendo que a inflação deve ficar dentro da meta e, do meu ponto de vista, tem mais a ver com a questão do câmbio e da seca do que, propriamente, de algum impulso maior nos preços reiterado”, pontuou Haddad, em conversa a jornalistas, na saída do último encontro de ministros de finanças do G20.
Nos bastidores do Executivo, há conversas sobre um possível corte de gastos para aliviar a pressão inflacionária e conter o desequilíbrio das contas públicas. Apesar de não citar detalhes, o ministro da Fazenda defendeu uma aplicação mais efetiva do arcabouço fiscal aprovado em 2023 e disse que trabalha apenas com “questões estruturais”.
“A Fazenda trabalha com questões estruturais. Marco fiscal é uma questão estrutural. O reforço do arcabouço fiscal é uma questão estrutural. É diferente de você fazer bloqueio e contingenciamento, que são momentâneos, para fazer com que a lei aprovada pelo nosso governo seja respeitada”, acrescentou o ministro.
No último dia de agenda em Washington, Haddad ainda se reuniu com representantes da agência de risco Standard & Poor’s (S&P) Ratings. Na conversa, o tema principal, segundo o chefe da Pasta, foi a posição do governo em relação ao ambiente econômico do país. Desde a viagem anterior aos EUA, o ministro segue a enfatizar o objetivo de recuperar o grau de investimento, perdido em 2015.
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