Inflação

Guillen defende compromisso do Banco Central com meta de inflação

Em evento promovido pelo Citi Bank, em Washington, o diretor de Política Econômica afirmou que o ritmo e a magnitude do ciclo de alta nos juros iniciado em setembro dependerão da análise de dados

O diretor de Política Econômica do Banco Central (BC), Diogo Guillen, reforçou nesta quinta-feira (24/10) o compromisso da autoridade em perseguir a meta de inflação de 3%. Em evento promovido pelo Citi Bank, em Washington, Estados Unidos, ele afirmou que o ritmo e a magnitude do ciclo de alta nos juros iniciado em setembro dependerão da análise de dados.

"Vamos olhar a dinâmica dos componentes de inflação que são mais sensíveis à política monetária, para expectativas de inflação, para projeções de inflação, para o hiato do produto e para o balanço de riscos. Não deveria ser surpresa que a reação da política monetária seja consistente em diferentes momentos do tempo", disse. 

Em setembro, o Comitê de Política Monetária (Copom) aumentou a Selic em 0,25 ponto porcentual, para 10,75%. O diretor do BC destacou as perspectivas de resiliência da economia, pressões no mercado de trabalho, além da desancoragem das expectativas de inflação.

O discurso vem em linha com as últimas declarações da diretoria da autarquia. Ontem (23), o diretor de Assuntos Internacionais, Paulo Picchetti, chamou atenção para as expectativas de inflação para 2025, que estão mais perto do teto do que do centro da meta de 3%, podendo variar 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. "Isso nos causa grande preocupação”, destacou. 

O último Boletim Focus, divulgado na segunda-feira (21), elevou a expectativa de inflação para 4,5% em 2024, no limite da meta estabelecida pelo governo. A previsão para a inflação de 2025, por sua vez, passou de 3,96% para 3,99%.

Guillen avaliou, hoje, ainda não ver ingredientes que indiquem que o Brasil passe por uma dominância fiscal, com descontrole orçamentário do governo. “Quando há um anúncio fiscal (de aumento de gastos) e ele é transmitido para as condições financeiras, pode haver inflação, mas eu não veria uma dominância fiscal aqui”, ponderou. 

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