POLÍTICA MONTÁRIA

Depois de Galípolo, Lula ainda tem três indicações para o BC neste ano

Em breve, chefe do Executivo poderá indicar mais três nomes para a diretoria do Banco Central, para mandatos que terminam em dezembro. Ministro Fernando Haddad espera que sabatina ocorra ainda em novembro

Após o Senado aprovar com folga o nome do futuro presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, o governo deve indicar, agora, outros três diretores para a autoridade monetária. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que os nomes dos indicados devem ser levados ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva em breve. A expectativa é de que a sabatina da diretoria ocorra ainda em novembro.

As próximas diretorias vagas no BC são as de Carolina de Assis Barros (Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta) e de Otávio Damaso (Fiscalização), além da de Política Monetária, hoje ocupada por Galípolo.

Haddad afirmou ainda que existe uma intenção do governo em indicar mulheres para as novas diretorias. "Temos, sim, essa preocupação com a questão de gênero no BC. Nós vamos, primeiro, submeter os nomes ao presidente para depois levar ao senador Rodrigo Pacheco, presidente do Senado, as indicações para que ele possa fixar uma data junto à CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) e depois ao plenário", explicou o ministro, ontem, aos jornalistas.

Com os novos nomes, sete das oito diretorias — mais o presidente da autarquia —, serão indicados por Lula. Os mandatos têm duração de quatro anos. O ministro da Fazenda também comemorou a aprovação de Galípolo que, apesar de não ter sido uma surpresa, foi considerado um teste político ao nome levado pelo governo.

Autonomia do BC

Essa será a primeira troca de comando do BC na era da autonomia operacional, decretada em 2021. Para Haddad, a sabatina bem-sucedida e a aprovação com ampla margem demonstram uma maturidade institucional. "Eu penso que foi muito saudável a maturidade com que a sabatina foi feita e a votação, muito expressiva. Penso que é um sinal de que institucionalmente as coisas vão bem."

O novo presidente do Banco Central, que assumirá em 2025, teve a maior votação para a presidência da autoridade monetária desde a indicação de Chico Lopes por Fernando Henrique Cardoso, em 1999. Galípolo teve 66 votos favoráveis e cinco contra. No caso de Lopes, foram 67 votos a favor e três contrários.

O indicado de Lula substituirá Roberto Campos Neto, que está no comando do BC desde 28 de fevereiro de 2019. Indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), colecionou críticas do governo Lula, principalmente pelo alto patamar da taxa básica da economia (Selic).

Questionado se o governo pararia de criticar o Banco Central com a aprovação de Galípolo, Haddad disse que tem mantido uma "relação sempre muito técnica" com a instituição. "A Fazenda e o BC conversam tecnicamente sobre esse tema, e nunca faltou respeito de parte a parte. Eles têm as considerações deles, eles têm as nossas. Mas tudo transcorre como em qualquer lugar do mundo", acrescentou o ministro.

 

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