Em sabatina promovida pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, nesta terça-feira (8/10), o indicado à presidência do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, disse que acredita ter “frustrado as expectativas” de quem esperava conflitos quando assumiu a Diretoria de Política Monetária da autarquia.
Indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ele esclareceu ainda que mantém uma excelente relação tanto com o petista quanto com Roberto Campos Neto, atual chefe da autoridade monetária. “Sinto que gerei frustração, esperavam que ao entrar no BC iria promover um reality show com brigas”, ironizou.
“Mas minhas relações são as melhores possíveis tanto com o presidente Lula quanto com o Roberto. Sempre fui muito bem tratado pelos dois e não consigo fazer qualquer queixa a nenhum deles”, emendou.
Galípolo é sabatinado por senadores, que devem votar sua indicação ao cargo. Essa será a primeira troca de comando da autoridade monetária na era da autonomia operacional, decretada em 2021. Os parlamentares irão interrogar o economista sobre assuntos pertinentes a sua possível gestão da autarquia.
Na ocasião, ele afirmou ainda que o presidente Lula garantiu que ele terá liberdade para tomar decisões no cargo, “com enfoque no interesse do povo brasileiro”.
Bets
Galípolo foi questionado pelos senadores sobre a situação dos jogos de apostas no país, os chamados bets. Segundo o Banco Central, desde janeiro, houve um aumento superior a 200% no valor que os apostadores transferem para essas plataformas.
Sobre o tema, ele afirmou que a autoridade monetária não tem qualquer tipo de atribuição sobre a regulação de bets e que a preocupação é sobre o impacto no consumo, endividamento e atividade econômica do país.
“O Banco Central não tem qualquer atribuição sobre a regulação de juros e apostas, a nossa função é tentar entender qual o impacto disso no consumo, no endividamento das famílias, para que a gente consiga explicar a relação entre atividade econômica, despesas e a inflação”, disse.
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