G20

África do Sul deve levar adiante taxação de super-ricos defendida por Haddad

O ministro reforçou o discurso em defesa da proposta. A África do Sul será a próxima sede do encontro do G20

Coletiva de imprensa com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em Washington (EUA), nesta quinta-feira (24/10). -  (crédito: Diogo Zacarias/MF)
Coletiva de imprensa com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em Washington (EUA), nesta quinta-feira (24/10). - (crédito: Diogo Zacarias/MF)

No último dia de encontro com outros ministros de finanças dos países do G20, em Washington, Estados Unidos, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltou a defender a proposta de taxação de super-ricos entre os países do grupo. O ministro demonstrou estar satisfeito com a posição de outras nações, em especial da África do Sul, que sediará o próximo encontro dos 20 países mais ricos do mundo em 2025.

“Poderia haver uma interrupção da agenda brasileira e o discurso da África do Sul deixou claro que haverá continuidade da agenda, sem prejuízo das marcas que a própria África do Sul certamente vai querer imprimir a sua presidência, a África do Sul deixou claro que recebe o bastão com o compromisso de levar adiante a agenda brasileira”, disse Haddad.

A proposta defendida pelo Brasil foi idealizada pelo economista francês Gabriel Zucman, professor de economia na Escola de Economia de Paris e da Universidade da Califórnia, e apresentada ao G20 no último mês de junho. Com uma taxa de 2% para os bilionários de todo o mundo, a medida poderia gerar uma arrecadação de US$ 200 bilhões a US$ 250 bilhões por ano.

Apesar disso, a taxação pode enfrentar alguns problemas para ser implementada, visto que pode causar uma fuga de capitais para países que não adotam o tributo, além da complexidade em garantir que a medida seja implementada de maneira ampla e justa, em todas as nações que integram o grupo.

Mesmo assim, o ministro da Fazenda demonstrou confiança após o encerramento do encontro em Washington e comemorou que as teses defendidas pelo governo brasileiro foram “todas negociadas e aprovadas”.

“É para isso que serve o G20. Não é para que um um país que assuma a presidência deixe de lado aquilo que foi uma conquista do seu antecessor. Mas o discurso inaugural da África do Sul deixou bastante claro que isso não vai acontecer nos deixou muito satisfeitos”, completou.

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postado em 24/10/2024 19:00
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