O quinto e último lote de restituição do Imposto de Renda 2024 foi pago pela Receita Federal em 30 de setembro. O penúltimo lote foi equivalente a mais de 5 milhões de restituições, o que correspondeu a um montante de R$ 6,8 milhões em créditos bancários.
Os brasileiros costumam usar a restituição das mais diversas formas. Considerando que dados da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) revelaram que um percentual de 78% das famílias relatou em agosto ter dívidas a vencer, estima-se que muitos contribuintes utilizem a restituição para quitar dívidas já existentes.
“No mundo ideal, para garantir a saúde financeira, a recomendação é que as pessoas reservem ao menos uma parte desse valor recebido para lidar com imprevistos e deixar as contas em dia, mas sabemos que essa meta não é acessível para a grande maioria dos brasileiros”, comenta Claudia Andrade, head de Cobrança e Atendimento da Recovery, empresa de compra e gestão de créditos inadimplentes no Brasil.
A especialista recomenda, inicialmente, elaborar um planejamento financeiro bem estruturado. “O primeiro passo é registrar detalhadamente todas as rendas e despesas, para que você tenha uma visão clara dos seus hábitos financeiros. Nesse momento é importante aproveitar para priorizar gastos essenciais, cortar despesas supérfluas e estabelecer uma reserva de emergência são passos importantes”, orienta.
Confira a seguir algumas dicas práticas para escolher quais dívidas priorizar o pagamento com o valor recebido da restituição.
1 - Conheça todas as suas dívidas
Antes de iniciar o processo de renegociação, é essencial ter um panorama claro da situação financeira. Isso envolve identificar todas as dívidas atrasadas existentes no seu CPF, com todos os valores atualizados, datas de vencimento e possíveis penalidades. Para isso, a dica é consultar o seu CPF em birôs de crédito, como Serasa ou SCPC, ou diretamente nas empresas onde possui dívidas.
2 - Veja qual dívida deve ser quitada primeiro
Quando há mais de uma dívida em aberto, a dica é iniciar o processo pagando as dívidas de serviços essenciais como serviços de energia elétrica e gás encanado. A seguir, é importante optar pelas pendências financeiras com as taxas mais altas, ou aquelas que têm a maior taxa de juros, pois são elas que comprometem de forma mais significativa o seu orçamento.
Dentro do possível, mantenha os pagamentos mínimos de outras dívidas para evitar encargos adicionais. Monte um plano financeiro e converse com a família para que todos possam ajudar a manter os gastos dentro do previsto.
3 - Confira o valor que cabe no seu orçamento
Analise seu orçamento detalhadamente para determinar quanto você pode destinar mensalmente para quitar suas dívidas. Assim, você saberá quais condições podem se adequar melhor às suas possibilidades financeiras para ajudar a sair do vermelho, entre elas, descontos, redução de juros e prazos mais flexíveis.
4 - Procure a instituição credora
Entre em contato com a instituição financeira ou credora responsável pela dívida. Hoje em dia, isso pode ser feito com facilidade por telefone ou e-mail. Explique sua situação financeira atual de forma clara e honesta.
5 - Renegocie o débito
Renegocie suas dívidas com o objetivo de chegar a um acordo justo e sustentável para ambas as partes. Para isso, é essencial iniciar uma comunicação proativa com os credores, explicando de forma honesta a sua situação financeira e demonstrando comprometimento em resolver a questão. Não tenha medo de negociar. Proponha valores e prazos dentro da sua realidade. Algumas instituições financeiras estão dispostas a negociar descontos, parcelamentos e oferecer planos de pagamento mais adequados à capacidade do devedor. Após a renegociação, é importante manter as parcelas em dia, evitando assim, o acúmulo de juros e multas.
6 - Aproveite bem as vantagens de renegociar dívidas
Buscar a renegociação de dívidas oferece diversas vantagens significativas, como redução do valor total devido, em que é possível negociar descontos no valor total da dívida ou a eliminação de multas e juros acumulados. Isso pode resultar numa redução considerável do montante que você deve, além de condições de pagamento mais favoráveis, flexíveis e adaptadas à sua capacidade financeira atual.
7 - Evite consequências legais e financeiras
Ao renegociar, você evita consequências legais como ações judiciais, penhoras de bens ou bloqueios de contas bancárias. Além disso, melhora sua situação financeira geral ao evitar acúmulos de juros e penalidades adicionais. Ao manter os pagamentos acordados em dia, você demonstra responsabilidade financeira e pode obter uma melhoria gradual de sua pontuação de crédito, o que pode abrir portas para melhores oportunidades de crédito no futuro.
8 - Reduza o seu estresse financeiro
Por fim, lembre-se que renegociar dívidas proporciona alívio emocional ao reduzir o estresse associado às pressões financeiras. Ao encontrar soluções viáveis para o pagamento das dívidas, você ganha também saúde mental e pode se concentrar em construir um futuro financeiro mais sólido.
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