A greve de servidores do Tesouro Nacional continua trazendo impactos para a economia brasileiro e para o mercado financeiro. Após o anúncio feito na última segunda-feira (23/9) pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN) de que a venda de títulos do Tesouro seria interrompida no dia seguinte, em virtude das paralisações de funcionários, grandes corretoras do país relataram paralisações nas operações relacionadas à compra de títulos públicos.
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Em nota repassada aos clientes, a XP informou que não haveria venda de títulos durante todo o dia, por ocasião da greve dos servidores do STN. “Sendo assim, todos os agendamentos de compra previstos para esta data serão cancelados. Pedimos que façam novos agendamentos para datas após 24/09/2024”, anunciou o banco, que ainda ressaltou que as operações de resgate antecipado e agendamentos podem ser realizadas normalmente a partir desta quarta-feira (25/9).
Na mesma linha, a Ágora Investimentos repassou um comunicado aos clientes da corretora no qual explicam que, com o cancelamento das operações agendadas, novos agendamentos poderiam ser realizados nesta quarta-feira. “Se você possui investimentos e deseja resgatá-los, não há impeditivo. Resgates antecipados e agendamentos de aplicações futuras podem ser realizados normalmente”, informou.
Os servidores do STN estão em greve desde o início de agosto. A classe defende a manutenção dos atuais níveis de progressão da carreira e a correção de assimetrias remuneratórias com carreiras de mesmo nível. Também reivindicam o cumprimento de um acordo firmado em 2015, com o governo, que prevê mudança no requisito de ingresso para o cargo de Técnico Federal de Finanças e Controle, passando de nível médio para superior.
De acordo com o especialista em investimentos e gestor da Hike Capital, Ângelo Belitardo, a suspensão por apenas um dia pode gerar, mesmo assim, efeitos significativos para as contas do Tesouro. Segundo ele, a suspensão tem como efeito imediato a queda na demanda por títulos públicos, visto que os resgates continuam permitidos.
“A redução na demanda por títulos públicos, nesse primeiro momento, poderá acarretar em um aumento na curva de juros nas próximas emissões. Isso devido a uma demanda reprimida, cujas alocações precisaram ser reagendadas”, explicou o especialista. Ainda de acordo com Belitardo, o investidor pode buscar alternativas no mercado secundário, o que poderá ocasionar em uma maior volatilidade na precificação dos títulos.