O Banco Central (BC) divulgou nesta terça-feira (24/9) a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que ocorreu na semana passada. Durante o encontro, a autoridade monetária optou por elevar a taxa Selic em 0,25 ponto percentual, passando de 10,50% para 10,75% ao ano. A decisão, amplamente esperada pelo mercado, foi justificada pela persistência da inflação no Brasil.
O documento frisa que o aumento da Selic, taxa básica de juros, tem como objetivo principal manter a inflação sob controle, especialmente em um cenário de recuperação econômica mais rápida do que o previsto. E reforça que o BC seguirá atento aos indicadores econômicos e pode adotar novas elevações se julgar necessário.
Os diretores ressaltam que, no cenário externo, o ambiente continua desafiador devido ao momento de transição do ciclo econômico nos Estados Unidos. Isso, segundo eles, gera incertezas maiores sobre o ritmo da desaceleração econômica, da desinflação e, consequentemente, sobre a postura do Federal Reserve (Fed).
Além disso, destacam que os bancos centrais das principais economias estão firmes em seu compromisso de convergir as taxas de inflação para suas metas, em um contexto caracterizado por pressões nos mercados de trabalho. “O Comitê avalia que o cenário externo, também marcado por menor sincronia nos ciclos de política monetária entre os países, segue exigindo cautela por parte de países emergentes”, diz a Ata.
Cenário econômico
O Banco Central reforça que, embora a inflação esteja sendo combatida com medidas de aperto monetário, a economia brasileira vem apresentando um crescimento acima das expectativas. Esse crescimento, aliado às pressões inflacionárias globais, especialmente no preço de commodities e energia, tem exigido uma postura firme da política monetária.
A ata do Copom deixa em aberto a possibilidade de novos ajustes na Selic, sinalizando que a autarquia continuará avaliando o cenário econômico antes de definir os próximos passos. O mercado financeiro já vinha se preparando para essa decisão, e agora a atenção se volta para os possíveis impactos dessa elevação no crédito, no consumo e no crescimento econômico nos próximos meses.