O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se reuniram nesta segunda-feira (23/9), em Nova York, com representantes das agências de risco Moody's e Standard & Poor’s Global Ratings (S&P). O encontro serviu para o governo explicar as medidas econômicas que estão sendo implementadas desde o início do mandato do atual presidente.
Além disso, segundo Haddad, o chefe do Executivo teria questionado os representantes das agências sobre o que ainda faltaria para o Brasil alcançar o chamado ‘grau de investimento’ — que indica que o país não corre risco de dar calote nos devedores. Atualmente, o Brasil está no chamado ‘grau de especulação’, em que a probabilidade de um calote acontecer aumenta à medida em que a nota diminui.
O objetivo de Lula seria atingir o grau de investimento antes do fim do atual mandato. O ministro da Fazenda revelou, em entrevista para jornalistas, na saída da reunião, que o presidente teria lhe questionado sobre a possibilidade disso acontecer.
“Eu falei: ‘Olha, eles não sobem dois degraus de um ano para o outro. Em geral, é uma coisa mais gradual. E aí, ele (Lula) quis conversar um pouco com as agências de risco para entender a opinião que eles estão tendo das políticas implementadas no Brasil, do esforço que nós estamos fazendo, depois de dez anos de rebaixamento, em que as contas públicas ficaram muito desorganizadas”, disse o chefe da Fazenda.
“Não tem cabimento”
Em todas as três principais agências de risco, o Brasil está a dois degraus do grau de investimento. Pela S&P e Fitch Ratings, em que o sistema de avaliação é muito semelhante, a nota do país é ‘BB’. Já pela Moody’s, que possui diferenças de nomenclatura, o país está avaliado como ‘Ba2’.
As notas de risco são um dos principais instrumentos utilizados pelos investidores para medir a confiança na aplicação de recursos em um determinado país. Em Nova York, o ministro da Fazenda ainda deve se encontrar com outros investidores internacionais para tratar sobre a ‘economia verde’ e outros temas relacionados à sustentabilidade e meio ambiente, no intuito de atrair novos investimentos.
“Não tem muito cabimento o Brasil não tem grau de investimento. [...] Agora, de novo, tem uma dinâmica. Você não muda uma chave da situação herdada para a situação almejada de um dia para o outro. Mas a convicção que eu tenho, ouvindo tudo o que eu ouvi, é que nós estamos no caminho e vamos tentar acelerar o passo o mais rápido possível”, acrescentou o ministro.
Saiba Mais
-
Economia Jovem de 26 anos morre devido a "carga de trabalho extenuante"
-
Economia Lula e Haddad se reúnem com agências de risco em Nova York
-
Economia Boletim Focus: mercado eleva projeções para inflação, PIB e selic em 2024
-
Economia Imposto de Renda 2024: Receita abre consulta ao 5º lote nesta segunda