Ao falar sobre transição energética, a presidente do Conselho Diretor do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), Ana Sanches, destacou que o Brasil é um país "privilegiado por riquezas minerais". A afirmação foi feita durante o CB Debate Segurança Jurídica e a competitividade da mineração brasileira, evento promovido pelo Correio em parceria com o Ibram, nesta quinta-feira (5/9).
“Nós somos um país privilegiado por nossas riquezas minerais, com um subsolo abundante em minerais estratégicos, essenciais para a transição energética. Temos vários exemplos, o minério de ferro de alta qualidade, o níquel, o nióbio, o lítio, o grafite, terras raras, dentre tantos outros, que são fundamentais, para a fabricação de baterias, bobinas eólicas e novas tecnologias verdes”, enfatizou.
Sanches afirmou ainda que as tecnologias verdes são indispensáveis para combater os efeitos das mudanças climáticas no nosso planeta, como as inúmeras queimadas que atingem o país nas últimas semanas. “Investindo na agenda de energia limpa, nós podemos nos consolidar como um dos maiores fornecedores globais de minerais críticos e estratégicos. Nós trabalhamos para deixar um legado positivo de desenvolvimento social e tecnológico, contribuindo fortemente para a produção de energia limpa”, disse.
Geração de emprego
A presidente do Conselho Diretor também falou sobre a geração de empregos na mineração. “Nós somos aproximadamente 2,2 milhões de pessoas trabalhando de forma direta ou indireta no segmento. E, segundo dados disponibilizados pelo Ibram, somos responsáveis por cerca de 4% do PIB (produto interno bruto) nacional, segundo dados de 2023”, ressaltou.
E citou outros números importantes do setor, que “faturou cerca de R$ 248 bilhões. E teve 40% de renda em 2020 e US$ 43 bilhões em exportações. Isso resultou em 32% do saldo positivo da balança comercial brasileira”. “Além disso, a mineração gerou mais de R$ 80 bilhões e quase R$ 7 bilhões em royalties. A receita da Agência Nacional de Mineração (Cfem), por exemplo, é extremamente relevante para os municípios que a recebem”.
Segundo a executiva, quando a receita da Cfem é bem aplicada, é capaz de mudar para melhor os índices de desenvolvimento locais e impactar positivamente a vida das comunidades. “Com todo esse contexto, o Brasil precisa estimular essa expansão sustentável da geração”, apontou.