A Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg) reduziu a projeção de crescimento para o mercado de seguro rural para apenas 1% em 2024. A queda se dá ao mesmo tempo que aumentam as ocorrências de eventos climáticos extremos.
Em junho, a expectativa era de um avanço de 7,9% na modalidade de proteção destinada a produtores. As projeções vêm caindo sucessivamente, no fim de 2023 a entidade esperava por um aumento de 23,1%.
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Após as enchentes no Rio Grande do Sul, que comprometem parte da produção de grãos no país, agora, na seca, as queimadas têm atingido inúmeras pastagens e lavouras no Brasil, contribuindo para elevar o custo de produção.
Segundo o presidente da entidade, Dyogo Oliveira, o Prêmio do Seguro Rural (PSR), abaixo do estipulado como essencial pelo mercado, foi o principal fator que puxou a redução na estimativa de contratação do produto para este ano. “O valor da subvenção em 2024 continua aquém do que é demandado pelos produtores”, disse em coletiva de imprensa nesta quarta-feira (25/9), ao apresentar as projeções para o setor.
“O clima seco combinado às altas temperaturas e aos fortes ventos propiciam a ocorrência de queimadas. O fogo, além de prejudicar as plantações, impacta na fertilidade do solo, que acaba necessitando tratamento especial, acarretando, assim, no aumento dos custos de produção”, completou.
A arrecadação total do setor de seguros deve ser 11% maior em 2024, a estimativa é 0,7 ponto percentual menor em comparação a projeção divulgada em dezembro do ano passado. O crescimento abaixo do esperado foi atribuído a uma queda nas contratações dos seguros para automóveis e rural, que tem registrado redução trimestral das projeções.
No caso dos automóveis, a estimativa de avanço passou de 7,2% em junho para 2,7% em setembro. Para Oliveira, a revisão se deu “dada a considerável redução no preço dos veículos, pressionando para baixo os valores dos prêmios”.
Previdência e saúde crescem
Por outro lado, a previdência aberta tem surpreendido positivamente, assim como a saúde suplementar, que voltou a se recuperar. Os planos de saúde alcançaram 84,9 milhões de beneficiários dos Planos Médico-Hospitalares e Exclusivamente Odontológicos em julho de 2024, aumento de 4,0% na comparação com julho de 2023, segundo dados divulgados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
O setor prevê que a arrecadação de saúde suplementar encerre 2024 com alta de 10%, 2,0 p.p. acima do estimado em junho. Já na previdência aberta, a expansão prevista é de 15,9%, 1,8 p.p. a mais que o estipulado na projeção de junho e 7,8 p.p. acima do estimado em 2023, puxado pela Família VGBL.
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