IBGE

Serviços crescem 1,2%, em julho, acima do esperado

Apesar de desacelerar em relação a junho, quando o segmento avançou 1,7%, indicador do setor de serviços surpreendeu ao crescer acima das estimativas do mercado, que previa estabilidade

Com a alta de 2,9% entre junho e julho, o indicador do setor que mais emprega no país renovou o patamar recorde, suplantando o nível do mês anterior -  (crédito:  ABR)
Com a alta de 2,9% entre junho e julho, o indicador do setor que mais emprega no país renovou o patamar recorde, suplantando o nível do mês anterior - (crédito: ABR)

Após registrar avanço de 1,7% em junho, o setor de serviços apresentou desaceleração no mês de julho, para 1,2%, conforme dados da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgada, ontem, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foi o segundo mês seguido de alta mensal após a queda revisada de 0,5% (antes, o recuo foi de 0,4%), registrada em maio.

Com a alta de 2,9% entre junho e julho, o indicador do setor que mais emprega no país renovou o patamar recorde, suplantando o nível do mês anterior. De acordo com os dados do IBGE, o segmento ficou 15,4% acima do patamar pré-pandemia, de fevereiro de 2020.

Na comparação contra julho de 2023, houve expansão de 4,3% no mês. E, no acumulado do ano, o volume de serviços cresceu 1,8% frente a igual período de 2023. No indicador em 12 meses até junho, a variação foi de 0,9%, levemente acima da variação de 0,8% no mesmo período até junho.

"Para o entendimento do resultado, é importante notar a ligeira disseminação das altas, registradas em três dos cinco setores avaliados na pesquisa, mas com destaque para as atividades de profissionais, administrativos e complementares e de informação e comunicação, que emplacaram, em ambos os casos, o segundo resultado positivo em sequência", analisou Rodrigo Lobo, gerente da PMS do IBGE.

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Nova surpresa

De acordo com analistas, apesar da desaceleração em relação a junho, o resultado da PMS de julho ficou acima das expectativas, o que deverá reforçar as apostas de que, como a atividade econômica segue aquecida no começo do terceiro trimestre, o Banco Central (BC) começará a aumentar a taxa básica da economia (Selic), atualmente em 10,50% ao ano, na próxima semana.

Para José Alfaix, economista da Rio Bravo, a PMS registrou crescimento de 1,2% no mês de agosto, surpreendendo as expectativas de 0% e pontuando, mais uma vez, a robustez do setor de serviços. O indicador cresceu 4,3% na análise interanual. "O resultado da PMS apenas reforça a visão de um setor de serviços que continua a mostrar robustez. A injeção de liquidez na economia decorrente do expansionismo fiscal tem refletido diretamente na elevação do consumo de serviços, que continuam a expandir", ressaltou Alfaix.

Sidney Lima, analista da Ouro Preto Investimentos, avaliou também que o crescimento no setor de serviços em julho acima das expectativas reforça a recuperação da atividade econômica brasileira. "Esse resultado destaca a resiliência e a importância do setor na recuperação econômica, sendo fundamental para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Mas vale lembrar, que o avanço também pode influenciar a condução da política monetária, sugerindo que o Banco Central possa adotar uma postura mais cautelosa em relação à taxa de juros", disse.

"Apesar das pressões por afrouxamento que o BC sofreu até pouco tempo por parte do governo, a continuidade de resultados positivos como esse pode levar a uma revisão, afastando ainda mais as expectativas futuras quanto à flexibilização, especialmente se a demanda aquecida no setor pressionar a inflação nos próximos meses. Isso tudo, em um cenário de projeções mais altas, já sinalizado pelo Boletim Focus, na segunda-feira", complementou Lima.

 

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postado em 12/09/2024 03:59
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