Para Ricardo Cappelli, presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), o Brasil está retomando a política industrial após anos de inatividade. “O Brasil, depois de sete anos, voltou a ter política industrial. O Brasil está fazendo o que o mundo inteiro está fazendo”, afirmou Cappelli aos jornalistas Samanta Sallum e Vinicius Dória, em entrevista ao CB.Poder — parceria entre Correio e TV Brasília — nesta segunda-feira (9/9).
Cappelli destacou que a pandemia revelou a dependência de alguns países em relação a suprimentos de outros, o que, junto com a crescente tensão geopolítica, como a guerra na Ucrânia e no Oriente Médio, está levando a uma reorganização da cadeia de suprimentos global. Em resposta, “a Nova Indústria Brasil (NIB), está disponibilizando 343 bilhões de reais em crédito através do BNDES, Finep, Embrapii (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial), Banco do Nordeste e BASA (Banco da Amazônia), com uma parte significativa destinada à inovação com juros reais praticamente zero”, afirmou.
A ABDI está sendo reestruturada para cumprir a missão original de monitorar e elaborar a política industrial brasileira, diz Cappelli. Ele mencionou que R$ 130 bilhões em investimentos no Brasil foram anunciados pela indústria automotivo nos últimos dois semestres, um sinal positivo após um período em que montadoras estavam deixando o país.
Sobre a geração de empregos, Cappelli destaca que o Brasil está experimentando menores taxas de desemprego em dez anos, entre 6,5% e 6,8%. “Isso é fruto de política”, afirma, referindo-se a iniciativas como o programa Mover (Mobilidade Verde), que destinará R$ 19,8 bilhões até 2028 para auxiliar na transição energética das empresas automotivas.
O presidente da ABDI destacou que a reforma tributária e a sustentabilidade fiscal são questões cruciais para o desenvolvimento industrial. Ele também mencionou a criação da Letra de Crédito do Desenvolvimento, que investirá entre R$ 10 bi a R$ 12 bi reais na indústria nacional. Além disso, a depreciação acelerada permitirá que a indústria modernize parques fabris, reduzindo o tempo de amortização das máquinas de 14 para apenas dois anos, com um investimento de 3,8 bilhões de reais por ano.
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