O cenário atual exige mais do que uma modernização dos parques industriais existentes, demanda um novo modelo de indústria, que o governo chama de neoindustrialização. Quem afirma é o secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), Márcio Elias Rosa.
O secretário discursou nesta quinta-feira (5/9) no evento CB Debate Segurança Jurídica e a competitividade da mineração brasileira, realizado pelo Correio Braziliense em parceria com o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram). O debate reúne autoridades, representantes do setor e empresários para discutir os desafios e cenários futuros da mineração brasileira.
“Por que neoindustrialização? Porque o mundo mudou, e o futuro nos impõe uma nova indústria, baseada na sustentabilidade”, declarou o secretário, que representou o vice-presidente e chefe do Mdic, Geraldo Alckmin. “A Nova Indústria Brasil (NIB) é baseada na ideia que é preciso melhorar o ambiente de negócios para que quem produz aqui tenha competitividade”, acrescentou.
Rosa defendeu ainda que a indústria brasileira precisa ser adequada às necessidades globais, que mudaram drasticamente. É preciso, por exemplo, diminuir a dependência de bens estrangeiros, com investimentos na agroindústria, na indústria de Defesa, e no complexo industrial da Saúde.
Para o secretário, que tem carreira como procurador de Justiça e atuou no Direito por mais de 30 anos, é justamente a implantação de políticas de fomento que pode dar segurança jurídica para o setor, resultando em maior competitividade.
“O ambiente regulatório, de negócios no Brasil, não favorece nem a segurança jurídica, nem a competitividade. Eu sou um daqueles que pensam que o Brasil ter uma política industrial não constitui uma escolha política, mas um imperativo constitucional”, afirmou. E reconheceu também a preocupação do setor da mineração com a Reforma Tributária, especialmente na discussão sobre o imposto seletivo. “Acho que vai ser um outro encontro com o Judiciário quando isso for discutido, mas é uma reforma que o Brasil precisava fazer”, apontou.
Márcio Elias Rosa também argumentou que não é possível pensar nas políticas públicas para a indústria apenas dentro do gabinete do Mdic, mas que é necessário o diálogo com o setor.
“A política industrial não pode ser a política somente para a indústria. As políticas industriais que não deram certo no Brasil estavam menos focadas nos resultados do que na indústria em si”, argumentou.
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