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Papeleiras estão mais otimistas em relação à economia brasileira

Empresários do setor de papel e celulose, em encontro no Palácio do Planalto, anunciam que devem investir R$ 105 bilhões no país até 2028, a maior parte em novas unidades

Empresários do ramo de papel e celulose anunciaram, ontem, ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva um total de R$ 105 bilhões em investimentos no país, até 2028. O valor inclui a abertura de novas fábricas, ampliação das já existentes e obras de infraestrutura, como rodovias, para o escoamento da produção. O chefe do Executivo recebeu representantes das maiores companhias do setor para um encontro na sala de situação do Palácio do Planalto.

"É um anúncio super importante. Mostra confiança no Brasil, crescimento. É um setor que socialmente é importante, na área do emprego, ambientalmente, floresta renovável e floresta nativa permanente e economicamente, na exportação, balança comercial, fazendo o Produto Interno Bruto (PIB) crescer e investindo", comentou o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), Geraldo Alckmin, aos jornalistas.

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Alckmin destacouque esse investimento equivale a uma nova fábrica a cada ano e meio. "E tem aí duas grandes fábricas para serem inauguradas", acrescentou. De acordo com o vice-presidente, o setor da celulose emprega cerca de 2,6 milhões de trabalhadores atualmente. Ele destacou também que o Brasil é o maior exportador de celulose do mundo, o segundo maior produtor de celulose de fibra curta e o segundo maior produtor de celulose mundial. A expectativa é de que os recursos anunciados gerem cerca de 37 mil empregos apenas nas obras, e outros 7,3 mil postos diretos e indiretos quando as unidades entrarem em operação.

Em comunicado, o Mdic detalhou os investimentos anunciados. Em Inocência (MS), a Arauco vai instalar uma planta com investimento de R$ 25 bilhões. A Suzano investirá R$ 22,2 bilhões em Ribas do Rio Pardo (MS). A CMPC, em Barra do Ribeiro (RS), com R$ 25 bilhões; a Bracel, em Lençois Paulista, com R$ 5 bilhões; Klabin, em Piracicaba (SP), com R$ 1,6 bilhão; e Eldorado Brasil, em Três Lagoas (MS), com R$ 25 bilhões.

Segundo o presidente da Indústria Brasileira de Árvores (IBÁ), Paulo Hartung, que representa 47 empresas do setor, a abertura de novas fábricas se soma a investimentos em infraestrutura e modernização das plantas em funcionamento. "Levamos o mapa para o presidente com as localidades em que serão alocados esses investimentos. São investimentos feitos em regiões, via de regra, com baixíssimo dinamismo econômico", disse Hartung. Ele destacou ainda que o cultivo de árvores para fins industriais, como a produção de celulose, teve início em São Paulo, no Paraná, e depois foi se espalhando para outros estados, como Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Espírito Santo e Bahia. "Agora, a fronteira de crescimento do setor é o Mato Grosso do Sul."

O Brasil tem quase 10 milhões de hectares de áreas produtivas plantadas, especialmente de eucalipto e pinus, mas também outras espécies. Segundo o Mdic, a indústria da celulose gerou R$ 10,,3 bilhões de divisas para o país em 2023, algo em torno de 3% de tudo o que o Brasil exportou no período. Dessa forma, o saldo comercial foi positivo, de US$ 9,2 bilhões.

 

 

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