A multinacional dinamarquesa Vestas anunciou, nesta sexta-feira (9/8), um pacote de incentivos para impulsionar o segmento de energia eólica no estado do Ceará. A empresa, que é a maior companhia mundial na produção de turbinas, vai investir R$ 130 milhões em seu parque fabril localizado no município de Aquiraz.
“A ideia é que os recursos investidos e as iniciativas anunciadas ajudem a criar uma cadeia local de suprimentos para o setor com pouco mais de 100 empresas”, destacou o CEO das Vestas, Eduardo Ricotta.
O montante será destinado para a fabricação de turbinas eólicas V163-4,5 MW no país, a mais atual e de maior capacidade do mercado. O modelo é uma evolução do modelo V150, com um tamanho de rotor maior, com uma área de varredura das pás 18% maior.
A empresa fechou uma parceria com o banco Santander, para fazer operações de adiantamento de recebíveis para seus fornecedores. De acordo com o CEO, o montante envolvido nas operações será inicialmente de R$ 1 bilhão, podendo chegar até R$ 2,5 bilhões.
Eleita a empresa do segmento de energia mais sustentável do mundo há três anos, a companhia definiu que as condições diferenciadas serão adotadas para os fornecedores que adotem políticas de ESG. “Quanto mais verde for a empresa, melhor será o financiamento”, acrescentou Ricotta.
Em paralelo, também foi firmado um acordo com o governo do Ceará, que permitirá a transferência de créditos tributários acumulados entre 2019 e 2021 a terceiros. Os recursos devem ser destinados para novos empreendimentos de geração de energia eólica a serem implantados no estado utilizando turbinas fabricadas em Aquiraz e pás produzidas no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP), em São Gonçalo.
O governador Elmano de Freitas (PT) afirmou que esse memorando é uma política para fomentar a indústria e o crescimento da economia do estado. “Às vezes precisamos de política tributária, como você trata os impostos para determinado setor. A prioridade do Ceará é a energia renovável e melhores empregos, esse memorando prioriza os créditos tributários no setor de energia renovável, que garante investimento e emprego para o povo cearense”, disse.
Ele falou ainda sobre a necessidade de apoiar a agenda de transição energética diante das mudanças climáticas. “Se não estivermos entendendo muito ao falar de mudança climática, basta lembrar a situação das famílias do Rio Grande do Sul com sua casa e seu patrimônio perdidos. Aquilo é a mudança climática concretamente na nossa vida. E para que isso não avance, precisamos ter um novo tipo de produção de energia, para rodar a economia do mundo de outra maneira”, afirmou Elmano.
Leilões de linhas
Atualmente, o Brasil possui mais de 30 GW de potência eólica instalada, o que representa 15% da matriz elétrica brasileira. Em 2023, a região Nordeste representou 92% de geração eólica no país.
Na ocasião, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, destacou as ações do governo federal para antecipar a demanda da indústria verde, como os leilões de linhas de transmissão e a medida provisória 1.212 de 2024, que deve garantir cerca de R$ 60 bilhões em linhas de transmissão.
“Viabilizamos os projetos de geração limpa e renovável tanto no Nordeste brasileiro quanto no Jequitinhonha e no Norte da minha querida Minas Gerais. Para tirar esses projetos do papel, lançamos a medida provisória 1.212, que criou condições favoráveis para ampliarmos a oferta de energia renovável no nosso país”, disse o chefe da pasta, que afirmou que foram destravados 600 projetos e quase 26 Gigawatts de geração e energia renovável no Nordeste.
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