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Em 'tempestade perfeita', dólar atinge maior valor desde dezembro de 2021

Analistas econômicos citam cenário de instabilidade no exterior para explicar novo aumento do câmbio no Brasil

O câmbio do dólar registrou mais um dia de alta expressiva nesta quinta-feira (1º/8). Um dia após a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central manter a taxa de juros no mesmo patamar de 10,50% ao ano, a moeda norte-americana encerrou as negociações com uma valorização de 1,43% ante o real e chegou ao valor de R$ 5,73.

Diante do novo aumento, o dólar comercial atingiu o maior valor no mercado brasileiro desde dezembro de 2021. O maior patamar alcançado pelo câmbio foi de R$ 5,90, no dia 13 de maio de 2020, no contexto do auge da pandemia de covid-19 no mundo. No exterior, o dólar registrou uma valorização média de 0,26%, de acordo com o Índice DXY.

Diante deste cenário, analistas do mercado financeiro acreditam que um cenário e instabilidade externa impulsiona o valor do câmbio no Brasil. Na avaliação do CEO da Smart House Investments, André Colares, uma série de fatores foram responsáveis pela “tempestade perfeita” que fez o dólar disparar nesta semana. “A próxima mudança no Banco Central, o descontrole fiscal, o risco do conflito entre Israel e Palestina de alastrar no oriente médio após a morte do líder terrorista fizeram a moeda americana se valorizar sobre diversos países emergentes", destaca o especialista.

O analista da Ouro Preto Investimentos, Sidney Lima, acredita que a decisão do Copom e as expectativas sobre o comunicado vieram em linha com as expectativas do mercado. Segundo ele, o mercado interno não reagiu a ponto de precificar alguma novidade após o comunicado, visto que já havia uma unanimidade entre o comitê pela manutenção da taxa.

“A instabilidade internacional vista agora à tarde, tem contaminado por aqui um pouco do apetite comprador. Inclusive temos presenciado uma forte alta do dólar por conta da instabilidade lá fora, o que pode em breve impulsionar ainda mais a inflação local, forçando logo a frente um posicionamento mais economicamente restritivo por parte do Copom, o que tende a prejudicar a bolsa local”, destaca.

Enquanto isso, o Índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa/B3) registrou uma leve queda de 0,20%, e recuou para os 127.395 pontos. As ações da Embraer, que no dia anterior foi uma das mais negociadas entre os papeis listados na B3, desta vez, apresentou a segunda pior queda diária, de 4,09%.

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