O Brasil registrou 1.104 pedidos de recuperação judicial (RJ) no primeiro semestre de 2024, sendo um aumento de 71% em relação ao mesmo período do ano passado. As incertezas econômicas têm sido forte alicerce para o número crescente de empresas recorrerem às RJs. As micro e pequenas empresas ocupam a liderança nesse ranking com 713 pedidos, seguidas pelas empresas de médio e grandes portes. Os dados são da Serasa Experian.
Com uma dívida de cerca de R$155 milhões, a gaúcha Fasolo, fabricante de artigos de couro de Bento Gonçalves, teve seu pedido autorizado pela Justiça. A empresa foi fundada em 1917 e gerou 200 empregos direto, mas quase zerou seu caixa no mês da enchente no Rio Grande do Sul.
O grupo supermercadista Solar, com dívidas de R$ 83,6 milhões, também teve o plano aprovado. Atualmente, a compnhia possui 300 funcionários diretos e cinco unidades em São Paulo: Santa Rosa do Viterbo, Ribeirão Preto, Santa Cruz das Palmeiras e São José do Rio Pardo.
Com R$ 250 milhões em dívidas, a Santa Casa de Araçatuba, interior de São Paulo, também recorreu à RJ para tentar manter os empregos de 1,7 mil colaboradores e os 320 mil procedimentos que realiza por ano.
“A recuperação judicial é a maneira como hoje é conhecida a concordata. Acontece quando a empresa, com dificuldades de quitar seus compromissos, fecha um acordo com seus credores para negociar a dívida e, finalmente, recuperar a estabilidade financeira”, explicou o sócio-diretor da Nordex Consultoria Empresarial, Eduardo Bazani.
“Um plano de reestruturação bem elaborado ajuda a restaurar a confiança de credores e investidores. A reestruturação abre oportunidades para a empresa acessar novos recursos financeiros, seja através de investimentos, linhas de crédito ou parcerias estratégicas. Enfim, é um processo que ajuda a restaurar a saúde financeira e operacional da empresa”, completou.
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