O crime e a violência custam à América Latina e ao Caribe 3,5% do seu Produto Interno Bruto (PIB), afirmou o presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Ilan Goldfajn, nesta segunda-feira (19), no Equador.
Ambos os problemas "aumentam o custo de fazer negócios, enfraquecem o Estado de direito e nos custam 3,5% do PIB regional anual", disse o dirigente em Guayaquil, durante uma Cúpula de Segurança que foi inaugurada com a participação de delegações de diversos países latino-americanos e de organismos internacionais.
"São um obstáculo para o desenvolvimento e para o crescimento", acrescentou Goldfajn, apontando que o crime está atualmente "mais organizado, mais sofisticado, mais interconectado e não respeita fronteiras".
O presidente do BID afirmou que o objetivo da região deve ser "cortar o oxigênio do crime organizado".
"Podemos fazer isso" limitando a influência da criminalidade entre as populações mais vulneráveis, fortalecendo as instituições estatais e cortando o fluxo financeiro dos criminosos, declarou.
Diante da "globalização" do crime, é "importante que trabalhemos juntos", disse o presidente equatoriano Daniel Noboa, que, diante de uma ofensiva do narcotráfico, declarou em janeiro seu país em um conflito armado interno e mobilizou os militares para as ruas para neutralizar diversas gangues ligadas a cartéis mexicanos.
"Derrotar o terrorismo e suas redes criminosas é uma missão urgente que requer cooperação internacional e a ajuda de todos os organismos multilaterais", enfatizou o mandatário.
A ministra do Interior do Equador, Mónica Palencia, afirmou que o crime organizado "é uma empresa criminosa com fluxos financeiros internacionais, com trocas e tráfico de armas" além das fronteiras. "Utiliza as mesmas práticas para se infiltrar em nossas instituições, corrompendo-as e enfraquecendo-as", observou.
O Equador encerrou 2023 com 47 assassinatos por cada 100.000 habitantes, um número recorde.
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