A Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda manteve a previsão de crescimento do produto interno bruto (PIB) do país em 2,5%. Até a última quarta-feira (17/7), a expectativa era que a equipe econômica do governo federal revisasse para cima a projeção para a economia, com a contribuição de resultados positivos do setor de serviços e comércio, o que não se confirmou com a divulgação do Boletim Macrofiscal nesta quinta (18).
De acordo com a SPE, a piora nas expectativas para a agropecuária foi um dos fatores decisivos para a manutenção da previsão atual. Neste último boletim, a variação esperada para o PIB agropecuário recuou de -1,4% para -2,5%. O cenário é reflexo da queda das estimativas para a safra de soja, milho e trigo em 2024, além dos impactos causados pela tragédia ocorrida em maio no Rio Grande do Sul, que afetou diversas lavouras.
As chuvas intensas no Sul são, também, um dos fatores que reforçam uma desaceleração da atividade econômica no segundo trimestre do ano. A Fazenda projeta uma queda moderada de 0,6%. “A calamidade no RS explica parcialmente a desaceleração no crescimento no trimestre, afetando principalmente as estimativas de expansão da agropecuária e da indústria de transformação”, pontua a secretaria.
Apesar disso, a projeção do PIB segue estável desde maio. Na última publicação, a SPE revisou o crescimento da indústria, de 2,4% para 2,6%, e dos serviços, de 2,7% para 2,8%. Outros pontos positivos levantados pela equipe econômica foram o avanço da massa de rendimentos e as condições menos restritivas de crédito, além do nível menor de desemprego.
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Apesar de manter a expectativa para o PIB, a equipe econômica revisou a projeção para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2024. A nova previsão indica uma inflação de 3,9%, ante 3,7% do último boletim. Segundo a SPE, a estimativa já leva em conta os impactos causados pela alta no preço do dólar, além da calamidade causada pelas chuvas na Região Sul.
Na manhã de hoje, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que ainda é preciso ter “parcimômia”, antes de revisar para cima as projeções de inflação. A declaração indicou um recuo do próprio chefe da pasta, que antes acreditava em uma elevação das estimativas já neste último boletim.