CB.AGRO

Presidente da Anapa diz que importação de alho prejudica brasileiros

Rafael Corsino, presidente da Associação Nacional dos Produtores de Alho, alerta para o alho que chega no país de forma ilegal ou isento de taxa, acabando com a competição

O consumo de alho teve um aumento de cerca de 17%, durante a pandemia, porque as pessoas entendem que o alimento ajuda na imunidade, para se proteger de doenças como gripe e Covid-19. -  (crédito:  Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
O consumo de alho teve um aumento de cerca de 17%, durante a pandemia, porque as pessoas entendem que o alimento ajuda na imunidade, para se proteger de doenças como gripe e Covid-19. - (crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)

Para o presidente da Associação Nacional dos Produtores de Alho (Anapa), da Associação Nacional dos Produtores de Cebola (Anace) e presidente da Câmara Setorial de Hortaliças do Ministério da Agricultura, Rafael Corsino, o Brasil enfrenta uma dificuldade muito grande: a importação ilegal que tira a competitividade do produtor nacional. Aos jornalistas Carlos Alexandre de Souza e Roberto Fonseca no programa CB.Agro — parceria entre Correio e TV Brasília — desta sexta-feira (26/7), ele argumentou que principalmente no caso do alho, onde 40% do consumo vem de fora, é muito difícil fiscalizar o contrabando que entra pelas fronteiras.

Ao contrário do alho, Rafael Corsino ressalta que o Brasil consome praticamente toda cebola que produz, o valor de Produto Interno Bruto (PIB) a partir desta hortaliça, pode chegar a R$ 5 bilhões, Já no caso do alho, ele acredita que seja por volta dos R$ 3 bilhões.

“A gente leva ao conhecimento do contrabando para as autoridades, mas não conseguem toda a entrada E isso tem afetado muito a produção da região sul, que plantava cerca de 5.000 hectares de alho. E esse ano vai plantar 1.800, nem 2.000, hectares em função dessa competição desleal”, alerta.

Além do produto que chega de forma ilícita no país, a importação de forma legal, também pode ser um problema. O produto vem de dois países principais, 75% da Argentina, e cerca de 25% da China. Para o presidente da Anace, o alho estrangeiro muitas vezes não paga tarifa do custo de importação e acaba chegando no país com preço desleal ao produto nacional.

“O governo brasileiro colocou a tarifa antidumping para não deixar a China praticar o dumping no mercado brasileiro, mas os importadores levam essa discussão por judiciário, que cancela a taxa. O governo recorre e em muitas situações a gente consegue reverter e outras situações a gente não reverte”, conta.

O consumo de alho teve um aumento de cerca de 17% durante a pandemia, porque as pessoas entendem que o alimento ajuda na imunidade, para se proteger de doenças como gripe e covid-19. Rafael também conta que as características do alho brasileiros são cerca de 5 vezes mais concentradas que o produto estrangeiro. “O nosso alho aí ele tem é cinco vezes mais alicina, substância responsável pela imunidade e que junto com outras dão mais sabor. Se usar um dente de alho brasileiro roxo, será necessário 5 dentes para que o estrangeiro tenha o mesmo sabor”, ressalta

*Estagiário sob a supervisão de Talita de Souza

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postado em 26/07/2024 18:09 / atualizado em 26/07/2024 18:20
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