O presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney, minimizou nesta quinta-feira (27/6) as preocupações do mercado com falas recentes do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Em sua avaliação, o país está “distante de um descontrole fiscal”, e o cenário econômico acumula resultados positivos. Ele alertou, contudo, que ninguém está imune a uma crise fiscal e que é preciso continuar o ajuste das contas públicas e controlar a inflação.
“Me parece que podemos afirmar que nós estamos distantes de um descontrole fiscal, mas nenhum país está imune. Não podemos baixar a guarda, e eu confio que o governo está atento a isso”, declarou Isaac durante reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, o “Conselhão”. O grupo, do qual o presidente da Febraban participa, aconselha Lula na formulação de políticas públicas.
Sidney classificou como “ruído” a preocupação do mercado com fragilidade fiscal após falas recentes do presidente, que questionou a necessidade de cortar gastos no governo e fez críticas ao mercado financeiro. Ontem (26), após entrevista do petista para o UOL, o dólar fechou em seu maior patamar dos últimos dois meses, em R$ 5,51. Além disso, o Índice Bovespa despencou logo após os comentários do presidente.
Isaac Sidney destacou o cenário externo desfavorável, citando dúvidas em relação aos juros norte-americanos, tensões geopolíticas e incertezas com as eleições nos Estados Unidos e na França. Ele admitiu que há uma forte influência desse cenário no Brasil, mas defendeu que o país tem condições de enfrentar o problema.
“Podemos e devemos continuar arrumando a nossa casa para minimizar os efeitos negativos do cenário externo na economia”, pontuou o presidente da Febraban. Ele ponderou ainda que os sinais concretos na economia são positivos, incluindo o crescimento do produto interno bruto (PIB) e a baixa taxa de desemprego. E elogiou o trabalho do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que também estava presente.
“O grande desafio que temos é como não deixar esse professor de retomada do crescimento perder a tração”, avaliou Sidney. Para ele, é preciso “menos inflação, menos juros e menos endividamento”.
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