O presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney, saiu em defesa do Banco Central (BC) e criticou a atuação do governo federal no controle de gastos públicos. Segundo o líder da entidade, a política fiscal do governo de Luiz Inácio Lula da Silva precisa sair do “terreno expansionista” para harmonizar a política monetária restritiva, que se reflete na taxa básica de juros.
“Nós tivemos, infelizmente, ontem (19/6), uma decisão do Banco Central interrompendo o ciclo de quebra na taxa de juros, o que é ruim do ponto de vista daquilo que nós precisamos. Não estou aqui para fazer nenhuma crítica ao BC. O banco tomou sua decisão técnica, vendo o cenário e a conjuntura, e verificou que tem havido uma deterioração do quadro fiscal e das expectativas de inflação”, disse Sidney, nesta quinta-feira (20), durante o 3º Congresso da Associação Brasileira de Instituições de Pagamentos (Abipag), em Brasília.
O Comitê de Política Monetária (Copom) do BC manteve, na última quarta-feira, a taxa Selic em 10,5% ao ano, e encerrou o ciclo de cortes dos juros, que ocorria desde a reunião de agosto de 2023. A decisão foi unânime e representa uma resposta da autoridade monetária ao aumento das incertezas em relação ao cumprimento da meta fiscal.
O presidente da Febraban acredita que já há um esgotamento do debate em torno do aumento de receitas e defende um debate mais avançado para incluir no planejamento fiscal uma reavaliação do ritmo de crescimento das despesas. Ele citou o tamanho das despesas com o incentivos sociais — que chega a 6% do PIB — e com a Previdência.
“Nós precisamos entrar na agenda definitiva de sustentabilidade fiscal, e é isso que vai fazer com que o Brasil consiga ter um crescimento sustentável. É isso que fará com que nós consigamos manter a inflação na meta e termos condições de termos juros mais confortáveis, que é o que todos desejamos”, acrescentou.
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