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Região Nordeste mira futuro pós-petróleo com produção de energia limpa

Região lidera a produção de energia limpa e aposta no hidrogênio verde como chave para o desenvolvimento social e econômico após o declínio da demanda por combustíveis fósseis. O tema será discutido, hoje, na sede do Correio

Principal gerador de energia limpa do país, com a grande produção de eletricidade de matriz solar e eólica, o Nordeste aposta, agora, na tecnologia para se tornar um dos principais polos globais de hidrogênio verde, combustível que deve liderar a descarbonização da humanidade na era pós-petróleo. O Banco do Nordeste (BNB) participa do financiamento para instalação de uma fábrica do novo combustível no Ceará.

O potencial econômico da região será o tema do CB Debate de hoje. Com apoio do BNB, o encontro reunirá especialistas que explicarão por que o Nordeste deve ser visto como um motor de transformação social. Serão discutidas políticas públicas, tendências e potencialidades naturais que contribuem para que a região lidere o desenvolvimento de energias sustentáveis.

 

 

"O Nordeste será esse polo, já concentramos os maiores investimentos do país em energias solar e eólica, cerca de 80% do total. Se olharmos para o cenário dos próximos anos, com os novos investimentos em eólica offshore (no mar), o Nordeste será fundamental. Mas, quando olharmos ainda mais para frente, na virada da década de 2020 para 2030, veremos uma importância ainda maior da região com o hidrogênio verde, em que também temos todas as condições de produzir com muito mais eficiência", diz o diretor de Planejamento do BNB, Aldemir Freire.

Para o economista Allisson Martins, do Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste (Etene), o hidrogênio verde tem o potencial de ser o principal combustível do futuro. "Há uma grande possibilidade de o hidrogênio virar o novo petróleo. O combustível tem a potencialidade de alimentar diversas cadeias produtivas globais e traz uma grande oportunidade para a região. Só no estado do Ceará, em memorandos de entendimentos, já firmados, há uma expectativa de US$ 34 bilhões em investimento no hidrogênio verde", diz.

O Piauí é um dos estados que lidera a corrida pelo uso sustentável da energia, com uma geração de eletricidade de fontes renováveis três vezes maior do que a necessidade de consumo de sua população. O estado quer, agora, se tornar o maior polo de produção de hidrogênio verde do mundo. Apesar de ousado, o governador Rafael Fontele (PT) garantiu ao Correio que vai atrair ainda mais investimentos no setor. "O estado é uma referência em energias renováveis. É o terceiro maior produtor de energia solar do Brasil", justificou.

O investimento da região em energias renováveis não é exclusivo dos grandes projetos, aponta o superintendente do programa de microcrédito Agroamigo, do BNB, Luiz Sérgio Machado. Ele informou que, até mesmo em financiamentos de microcrédito para a agricultura familiar, já são implementadas soluções baseadas em energia solar ou eólica para a pequenos projetos de irrigação no Semiárido nordestino, destino de metade dos contratos de microcrédito do banco.

"Nossos modelos econométricos nos dão otimismo para os próximos anos. É claro que a gente não espera um crescimento chinês, mas temos um cenário bastante otimista", disse Machado.

 

 

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