FEBRABAN TECH

Volume de transações bancárias cresce 19% em 2023, totalizando 186 bilhões

Populararização do Pix ajudou a alavancar o uso de operações bancárias por aplicativos móveis, como celulares, que registraram salto de 251% em cinco anos

Coletiva para divulgar segunda etapa da 32ª edição da Pesquisa de Tecnologia Bancária da Federação Brasileira de Bancos, durante edição de 2024 da Febraban Tech, em São Paulo -  (crédito: Rosana Hessel/CB/DA.Press)
Coletiva para divulgar segunda etapa da 32ª edição da Pesquisa de Tecnologia Bancária da Federação Brasileira de Bancos, durante edição de 2024 da Febraban Tech, em São Paulo - (crédito: Rosana Hessel/CB/DA.Press)

São Paulo — O celular é o instrumento mais utilizado pelas pessoas físicas para realizar transações financeiras e o ritmo de crescimento do uso desse canal é acelerado, especialmente devido à expansão do uso do Pix. Esse é um dos destaques da segunda etapa da 32ª edição da Pesquisa de Tecnologia Bancária da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), divulgada nesta quarta-feira (26/6), pela entidade, durante edição de 2024 da Febraban Tech, em São Paulo.

De acordo com dados do levantamento da Febraban, feito em parceria com a consultoria Deloitte, as transações bancárias aumentaram 19% entre 2022 e 2023, totalizando 186 bilhões, com destaque para o mobile banking, que cresceu 22% no mesmo período, para 130 bilhões de transações. No acumulado em cinco anos, o salto dessas operações gerais foi de 116% em relação aos 86,3 bilhões contabilizados em 2019. E, no mesmo período, o volume de operações via mobile banking registrou avanço de 251%, ou seja, mais do que triplicou.

“Esse avanço reflete a preferência dos consumidores por este canal, com sete em cada 10 transações sendo realizadas por dispositivos móveis”, destacou o relatório apresentado por Rodrigo Mulinari, diretor de Tecnologia do Banco do Brasil, e por Sergio Biagini, sócio líder de Financial Services da Deloitte Brasil. De acordo com Mulinari, que também é diretor da Febraban, o Pix é o meio de pagamento que mais tem ajudado a alavancar o uso do mobile banking. “Esse canal deve seguir aumentando e trouxe novos usuários por meio do Pix, mas a oferta de serviços dos bancos também vem crescendo”, explicou. Segundo ele, nos últimos cinco anos, apenas as transações com movimentação financeira pelo mobile banking mais do que quintuplicaram, atingindo 25,8 bilhões, 449% acima do volume de 2019, de 4,7 bilhões.

“Além disso, a praticidade e a conveniência oferecida por dispositivos móveis os tornam os preferidos dos clientes e, para os heavy users, os acessos às plataformas bancárias ocorrem pouco mais de uma vez ao dia”, destacou Mulinari. Ele informou que o número de usuários cadastrados no Pix, meio de pagamento que caiu no gosto do brasileiro, aumentou 16% entre 2022 e 2023. E o grande número de operações é feita pelos heavy users — pessoa física que realiza mais de 30 Pix por mês —, que passou de 38% para 45% no mesmo período. “O Pix exige uma infraestrutura de tecnologia que ainda não permite que o cheque ainda seja utilizado por algumas pessoas e em algumas regiões”, acrescentou o executivo.

O volume de transações bancárias mais que dobrou nos últimos cinco anos, saltando de 86,3 bilhões em 2019, para 186 bilhões em 2023. E o principal impulsionador desse crescimento foi a popularização do canal mobile, cujas transações cresceram 3,5 vezes no mesmo período, e passaram a corresponder a 70% de todas as interações.

Ainda, vale destacar o aumento relevante da movimentação financeira no mobile banking, a qual mais que quintuplicou ao longo dos últimos cinco anos. Enquanto, em 2019, 4,7 bilhões de transações realizadas por este canal envolviam a transferência de recursos, correspondendo a aproximadamente 13% das movimentações, atualmente, 25,8 bilhões de transações efetuadas no mobile são financeiras. Esses dados destacam não apenas a transformação digital do setor financeiro, como, também, a crescente confiança e adesão dos consumidores ao canal mobile banking. Enquanto isso, meios de pagamentos tradicionais que entraram em desuso, como caixas eletrônicos (ATMs), DOC e cheques, estão registrando queda na utilização.

De acordo com o levantamento, os canais digitais representam 79% das transações totais de 2023. Em 2016, esse percentual era de 52%. Enquanto isso, os ATMs, no mesmo período, passaram de 35% para 7%. As agências bancárias, responsáveis pela comercialização do maior volume de seguros ofertados pelos bancos, mantiveram a participação entre 14% e 15% ao longo do mesmo intervalo.

A Pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária foi apresentada em duas etapas. Na primeira, indicou o aumento dos investimentos das instituições financeiras, que devem somar R$ 47,5 bilhões, aumento de 21,8% sobre os valores aplicados em 2023.

Feira histórica

A Febraban Tech é a maior feira de tecnologia e inovação do setor financeiro nacional e internacional. A edição deste ano promete ser histórica, de acordo com os organizadores. O evento ocupa 19,7 mil m2 de área construída no Transamérica Expo Center — aumento de mais de 50% em relação ao ano passado.
A área de exposição aumentou 20%, passando para 6.630 m².

Ao todo, serão 226 áreas de exposição, bem mais do que as 188 em de 2023. Além da IA responsável, o Open Finance, o Pix e a visão futura dos bancos na garantia da cibersegurança são alguns dos temas do evento. A expectativa de público é de 16 mil pessoas por dia, totalizando 58 mil visitantes nos três dias do evento. Em 2023, a média foi de 15 mil visitantes diários.

*A jornalista viajou a convite da Febraban

Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Ícone do whatsapp
Ícone do telegram

Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores pelo e-mail sredat.df@dabr.com.br

postado em 26/06/2024 15:10 / atualizado em 26/06/2024 15:23
x