Um corretor de grãos é apontado por produtores de soja da cidade de Rio Verde (GO) como responsável por aplicar um golpe milionário na intermediação da safra do grão. Com uma estimativa de prejuízo de no mínimo R$ 400 milhões, mas que, segundo alguns produtores, pode chegar a quase R$ 1 bilhão, um boletim de ocorrência já foi registrado contra o empresário.
Na intermediação da safra, a corretora entregava contratos e cheques como garantia das operações para retirar o produto, mas depois não saldava os pagamentos. O delegado responsável pela investigação, Danilo Fabiano, aponta que as apurações buscam verificar a configuração de crime nas transações. "Ele dava em garantia, contratos ou cheques com prazos, recebia o grão e não efetuava o pagamento, gerando esse prejuízo", disse em entrevista à TV Anhanguera.
O Correio teve acesso a um e-mail em que o suposto corretor se defende das acusações. Identificado no e-mail como Vinicius Martini de Mello, ele é indicado como dirigente da empresa Total Grãos, que tem registro de comércio atacadista de soja e já atua no mercado local há mais de cinco anos.
No documento, que faz parte do inquérito policial, mas que ainda não teve a autenticidade confirmada, o empresário se diz vítima de ameaças e perseguições, o que o impediria de voltar, junto com a família, para a cidade do interior de Goiás.
No documento, ele diz que está “quebrado” financeiramente mas que lamentava muito o prejuízo causado a grandes amigos e para pessoas “de dentro de sua casa”. Ainda afirma que investiu na compra de 25 caminhões para a empresa, mas que aguardava a liberação de outros empréstimos para quitar as dívidas com os produtores, e que depois da negativa do crédito pelas instituições financeiras, se viu sem saída com a derrocada da sua empresa. O corretor ainda relaciona o insucesso nos negócios à taxa juros elevada praticada no país. "Eu vou voltar um dia e honrar cada um de vocês e vou pagar a todos", promete no e-mail.
A polícia trabalha com a possibilidade de o investigado ter aplicado golpes em outros empresários do agronegócio do sudoeste de Goiás, número que pode aumentar já que até o momento apenas seis produtores registraram boletim de ocorrência contra o acusado.
Em nota oficial da Polícia Civil de Goiás, o órgão informou que já tem as informações necessárias para prosseguir com as investigações e tomar as medidas cabíveis, mas não confirmou a identificação do suspeito.
A reportagem procurou contato com a defesa e com o corretor através do e-mail atribuído a ele, mas até o momento não obteve resposta. O espaço está aberto para manifestações das partes.
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