A Região Nordeste tem o maior potencial de crescimento econômico no país e isso será fundamental para a transformação social da região. A afirmação foi feita por Paulo Câmara, presidente do Banco do Nordeste (BNB). O dirigente destacou ainda que a instituição financeira tem como foco prioritário o investimento no micro e pequeno empreendedor.
“O foco prioritário do BNB é o micro e o pequeno, para onde vai 62% dos nossos recursos. Além disso, todos os países que conseguiram aumentar a produtividade e obter ganhos salariais e sociais relevantes focaram em se tornar mais competitivos. É por isso que precisamos investir em tecnologia, infraestrutura e na harmonização das políticas institucionais dos diferentes níveis governamentais”, disse.
As declarações ocorreram durante a abertura do evento CB Debate: A força do Nordeste na transformação social do país, realizado com apoio do Banco do Nordeste, na sede do Correio Braziliense, em Brasília. O encontro reúne especialistas que abordam as políticas públicas, tendências e potencialidades naturais que contribuem para que a região implemente, cada vez mais, políticas de fomento ao desenvolvimento sustentável.
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Para Câmara, a transformação social da região deve passar pelo micro e pequeno e pela política social implementada no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O dirigente lembrou que a maioria dos três milhões de clientes da instituição são inscritos no CadÚnico — cadastro do serviço social da população vulnerável, que possibilita o acesso aos programas governamentais de transferência de renda como o Bolso Família.
É fundamental para a região dar o salto de desenvolvimento, segundo ele, com programas como o Nova Indústria Brasil, para modernizar a planta industrial brasileira, o Novo PAC, que vai direcionar para a região R$ 680 bilhões em investimentos, o que representa 40% do total previsto para o país, além do Programa Acredita, que estimula as pequenas e médias empresas e empreendedores. “O Banco do Nordeste tem participado ativamente nas políticas do governo do presidente Lula, em projetos que são transformadores para a realidade do Nordeste”, reforçou.
Cinco segmentos são entendidos como estratégicos pelo BNB para impulsionar o desenvolvimento econômico e social da região: agronegócio, energia, saneamento, logística, além do turismo.
No agronegócio, em que o banco concentra 49% de todo o crédito rural feito na região, atende mais de 90% das operações com a agricultura familiar. Paulo Câmara vê grande oportunidade no que pode ser considerado por ele a última fronteira agrícola nacional.
Já no saneamento, os investimentos são uma das prioridades do atual governo federal e da direção do Banco do Nordeste, garantiu Câmara. Como a região ainda está atrasada, são enormes as oportunidades de investimento, tanto no abastecimento de água, como no esgotamento sanitário. “Essa é uma agenda prioritária para o Brasil e é prioridade máxima para o Nordeste. O BNB está financiando as companhias do setor, tanto públicas, quanto privadas, que estão em concessões ou PPPs”, destacou.
Mas o setor que pode impulsionar o desenvolvimento e trazer o maior valor agregado para a região deve ser o de energias renováveis. Com o maior potencial solar e eólico do país, a região quer se tornar um polo da descarbonização global. O presidente do BNB ressaltou que o Nordeste já é a região com a maior produção de energia limpa e espera se tornar um competidor global na produção de hidrogênio verde.
“As discussões do hidrogênio verde estão ficando cada vez mais maduras e logo o Brasil vai produzir o hidrogênio verde, o aço verde, o cimento verde, ou seja, a região tem uma oportunidade enorme de ajudar na descarbonização do planeta”, disse o dirigente, lebrando que o BNB já financiou investimentos de R$ 41 bilhões em transição energética em seis anos, entre 2017 e 2023.
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