Saúde privada

Planos de saúde têm lucro de R$ 3,33 bi no primeiro trimestre de 2024

De acordo com a ANS, o setor passa por um período de "reorganização de contratos", em um contexto de aumento de beneficiários e queda dos juros

O resultado equivale a aproximadamente 3,93% da receita total acumulada no período, que foi superior a R$ 84 bilhões -  (crédito: Agência Brasil)
O resultado equivale a aproximadamente 3,93% da receita total acumulada no período, que foi superior a R$ 84 bilhões - (crédito: Agência Brasil)

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) divulgou, nessa quarta-feira (13/6), os dados econômicos-financeiros dos primeiros três meses de 2024, que mostram o aumento dos lucros líquidos dos planos de saúde desde 2020. O resultado de 2024, de R$ 3,33 bilhões, equivale a 3,93% da receita total acumulada no período, que superou R$ 84 bilhões, e mostra um aumento significativo se comparado a 2023, quando foi de R$ 1,2 bilhão.

As operadoras odontológicas fecharam o trimestre com R$ 187,9 milhões, enquanto as médico-hospitalares lucraram R$ 3,07 bilhões, e as administradoras de benefícios totalizaram R$ 66,4 milhões.

Segundo a ANS, um melhor desempenho econômico-financeiro pode ser observado em todos os segmentos, com lucros superiores ao período pré-pandemia.

“A leitura que temos que fazer desses resultados é no sentido do que já observamos nos últimos trimestres, de uma recuperação econômico-financeira do setor. Mesmo que não na velocidade pretendida pelas operadoras, mas há um sólido caminho de retomada dos saldos positivos”, analisa o diretor de Normas e Habilitação das Operadoras da ANS, Jorge Aquino.

O montante dos lucros das operadoras médico-hospitalares de grande porte foi o principal responsável pela recuperação dos resultados líquidos. O setor registrou R$ 2,4 bilhões neste ano, em comparação com os resultados nulos de 2023.

A sinistralidade, indicador que mostra a relação entre os custos e os recebimentos, indicou que 82,5% das receitas advindas das mensalidades são utilizadas com as despesas assistenciais, percentual menor do que os registrados em 2022 e 2023. Esse fator é resultado do maior crescimento das mensalidades médias devido aos ajustes pela inflação. De acordo com a ANS, o setor passa por um período de “reorganização dos seus contratos”, a fim de recuperar os resultados na operação, em um contexto de aumento de beneficiários e queda dos juros.

Aquino completa dizendo que a prioridade das operadoras de planos de saúde são os beneficiários. “Entretanto, é importante não perder de vista que essa recuperação precisa se refletir na garantia e na melhoria dos serviços oferecidos aos beneficiários. Por isso, reforçamos que é fundamental as operadoras investirem em gestão, prestarem serviços de qualidade, desenvolverem ações de promoção de saúde e prevenção de doenças, pois isso é essencial para a sustentabilidade do setor”.

Cancelamento unilateral 

Em maio deste ano, a Secretaria Nacional do Consumidor notificou 20 operadoras de planos de saúde pelo cancelamento unilateral dos contratos. A notificação veio depois de a ANS receber diversas reclamações sobre o caso. A Senacon deu 10 dias para que os planos explicassem o ocorrido, mas, após o acordo verbal com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), os planos se comprometeram a rever os cancelamentos. A pasta concedeu, então, mais 10 dias às operadoras, que têm até 17 de junho para retornar. 

*Estagiária sob a supervisão de Andreia Castro

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postado em 13/06/2024 15:15 / atualizado em 13/06/2024 15:16
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