Poder

Governo exonera Neri Geller após indícios de irregularidade em leilão de arroz

A saída do então secretário de Política Agrícola da pasta acontece após indícios de "incapacidade técnica e financeira de algumas empresas". Uma das vencedoras do leilão é de ex-assessor parlamentar de Geller na Câmara

O documento que oficializa a saída de Neri Geller não traz a expressão
O documento que oficializa a saída de Neri Geller não traz a expressão "a pedido", normalmente usada quando o funcionário opta por deixar o cargo - (crédito: Cleia Viana/Câmara dos Deputados)

O governo federal oficializou a demissão do então secretário de Política Agrícola, Neri Geller, em meio ao processo de anulação do leilão de arroz. A exoneração foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) nesta quarta-feira (12/6). 

A saída do ex-deputado federal da pasta acontece após indícios de “incapacidade técnica e financeira de algumas empresas”. A Foco Corretora de Grãos, uma das principais vencedoras do leilão, é do empresário Robson Almeida de França, que foi assessor parlamentar de Geller na Câmara e é sócio de Marcello Geller, filho do secretário. 

Além disso, o diretor de Abastecimento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Thiago dos Santos, que realizou o leilão, é uma indicação de Geller. Associações de produtores alegam um suposto favorecimento.

Inicialmente, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, anunciou que Geller deixaria a pasta por vontade própria. No entanto, o documento, assinado pelo ministro Rui Costa, da Casa Civil, não traz a expressão “a pedido”, normalmente usada quando o funcionário opta por deixar o cargo.

Com o objetivo de conter uma eventual alta de preços ou desabastecimento do item, após as enchentes no Rio Grande do Sul, o governo federal promoveu a compra de 263 mil quilos importados de arroz. A decisão de anular o certame foi tomada durante reunião ontem, no Palácio do Planalto. 

Das quatro empresas que venceram a disputa, a maior compradora é de Macapá (AP) e tem como atividade principal a venda de leite e laticínios. Outra pertence a um empresário de Brasília que afirmou ter pago propina para conseguir um contrato com a Secretaria de Transportes do Distrito Federal.



Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Ícone do whatsapp
Ícone do telegram

Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores pelo e-mail sredat.df@dabr.com.br

postado em 12/06/2024 10:34 / atualizado em 12/06/2024 10:35
x