SEGURANÇA PÚBLICA

"Bebida ilegal financia o crime organizado", afirma especialista

Camila Pintarelli destaca que as bebidas ilegais são mais baratas que as regulares mas que os lucros são usados para fomentar atividades criminosas e aumentar a violência

Camila Pintarelli, diretora de Gestão do Fundo Nacional de Segurança Pública, no CB Debate. -  (crédito: Marcelo Ferreira/CB.DA Press)
Camila Pintarelli, diretora de Gestão do Fundo Nacional de Segurança Pública, no CB Debate. - (crédito: Marcelo Ferreira/CB.DA Press)
A diretora de Gestão do Fundo Nacional de Segurança Pública, Camila Pintarelli, afirmou, nesta terça-feira (11), que o comércio de bebidas ilegais no Brasil financia o crime organizado. Ela destacou que os recursos coletados com a venda ilegal destes itens são usados por facções criminosas para financiar diversas atividades violentas.
As declarações ocorreram no seminário Bebidas Alcoólicas: Segurança jurídica no Imposto Seletivo. "O que estamos debatendo é a ilegalidade do mercado de bebidas alcoólicas. A dinâmica do cenário ilegal de bebidas no Brasil é um estímulo e financiamento às organizações criminosas. Isso é fato. Temos lucros revertidos para o financiamento de outras atividades. Temos uma dinâmica em que o pré e pós consumo integra essa lógica de organização criminosa", disse.

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Camila destacou que o álcool em si, quando consumido de forma exagerada já é fator do aumento da violência, principalmente a violência doméstica. Mas destacou que mesmo consumido de forma moderada, se a bebida tiver origem ilícita, o consumidor estará engordando os cofres do crime organizado. "Temos o aumento da violência. O consumo abusivo do álcool já gera isso. Não estamos defendendo o uso abusivo do álcool, estamos defendendo o consumo responsável. Mas estamos falando de bebida ilegal e ela gera sim aumento da violência. A perda de Receita fiscal é de R$ 28 bilhões de reais por ano", ressaltou a especialista.
A diretora do Fundo Nacional de Segurança Pública ressaltou que o Ministério da Justiça tem atuando no combate a esses grupos organizados, investindo recursos e apoiando estados, mas que os desafios são gigantescos. 
"A Secretaria Nacional de Segurança Pública já está investindo hoje na inteligência. Isso é fundamental para atuar neste cenário. Não adianta só estourar o local de venda da bebida, mas sim encontrar todas as etapas, saber quem compra e para onde está indo  o dinheiro arrecadado. A bebida ilegal custa 70% o custo da bebida original. A Secretaria Nacional está investindo no combate às organizações criminosas. O Fundo Nacional de Segurança Pública vai destinar R$ 1,8 bilhão para o DF e os estados para combater as facções criminosas que estão destruindo o nosso país", completou Camila.

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postado em 11/06/2024 11:50
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