Política monetária

Haddad teme que tragédia no RS seja argumento para fim da queda dos juros

Ministro diz que há um "coro velado de que a inflação está alta" e critica "ruídos" em torno do desempenho da economia

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta quarta-feira (22/5) que teme que a tragédia climática no Rio Grande do Sul seja usada como argumento para um aperto monetário. Em sua última reunião, o Comitê de Política Monetária (Copom) reduziu o ritmo do corte da taxa básica de juros (Selic) a 0,25 ponto percentual, atualmente em 10,5%. 

Para Haddad, o patamar ainda é restritivo. “Eu fico com muito medo de usarem a tragédia no Rio Grande do Sul, que tem que ser enfrentada, como um argumento que deveria ser usado às avessas. Sempre quando você tem um choque de oferta, você muitas vezes é obrigado a relaxar a política monetária e não piorar a situação”, disse em audiência pública na Comissão de Finanças e Tributação. 

O ministro salientou que este é um debate técnico entre o Tesouro Nacional e o Banco Central e afirmou que há um “coro velado de que a inflação está alta”. “Mas a inflação atual é uma das mais baixas da nossa história. Do Plano Real para cá, pegue os anos em que a inflação foi menor do que 4%, são raros os anos”, justificou. 

Haddad criticou ainda “ruídos” em torno do desempenho da economia: “Se a política fiscal e monetária se combinarem, vamos crescer tranquilamente, sem inflação.”

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