CENÁRIO ECONÔMICO

CNI avalia que corte nos juros ficou aquém e critica o Copom

O presidente da entidade que representa as indústrias de todo o país, Ricardo Alban, disse que o "atual cenário de inflação controlado" não justifica o corte de 0,25 p.p. na Taxa Selic

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) publicou uma nota na noite desta quarta-feira (8/5), logo após o Comitê de Política Monetária (Copom) ter decidido reduzir a Taxa Básica de Juros em 0,25 pontos percentuais (p.p.), e não em 0,50 p.p., como estava sendo feito em todas as outras reuniões desde agosto do ano passado.

Na avaliação da entidade, a mudança de ritmo no corte de juros é vista como "inadequada". “Essa decisão é incompatível com o atual cenário de inflação controlado e torna impraticável continuar o projeto de neoindustrialização do país com altos níveis de taxa de juros”, destacou o presidente da CNI, Ricardo Alban.

Segundo a confederação, com a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) abaixo do teto da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) — que é de 4,75% —, ainda há margem para cortes maiores na taxa atual. Nos últimos 12 meses, até março deste ano, o IPCA registrou acúmulo de 3,93%.

Na visão da entidade, a queda nas concessões de empréstimos evidencia as sérias dificuldades em tomar crédito, devido ao custo elevado, e prejudica os investimentos, a produtividade e a competitividade. “Reduzir o ritmo de corte da taxa básica tira a oportunidade de o Brasil alcançar mais prosperidade econômica, aumento de emprego e de renda”, completa o presidente da CNI.

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