A inadimplência atinge um em cada quatro pequenos negócios no país e as dívidas em atraso representam, no mínimo, 30% das despesas dessas empresas. É o que aponta a mais recente edição da pesquisa “Pulso dos Pequenos Negócios”, realizada pelo Sebrae em março.
O resultado é ligeiramente pior do que o identificado no levantamento feito em novembro de 2023, quando a inadimplência atingia 23% dos entrevistados. Para o governo federal, contribuíram para a o endividamento heranças de gestões passadas, como o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe), que impedia a renegociação de débitos, criando uma bola de neve sem precedentes para o setor.
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Para o presidente do Sebrae, Décio Lima, a pesquisa confirma a importância da ampliação do Programa Desenrola Brasil para as empresas. “O Desenrola foi uma ação do governo Lula e do vice, Geraldo Alckmin, que devolveu o fôlego para as famílias brasileiras que tinham uma parte significativa dos seus orçamentos comprometidos com dívidas. Graças a essa medida, tivemos uma retomada do consumo e o consequente aquecimento da economia. Agora, com a inclusão das micro e pequenas empresas nesse programa, medida que já foi anunciada e deve ser implementada em breve, teremos a chance de oferecer um apoio crucial para os empreendedores”, comenta.
O levantamento do Sebrae revela ainda que a situação é pior para os microempreendedores individuais (MEI). Nesse universo, o percentual de endividados chega a 26%, contra 23% das micro e pequenas empresas.
A pesquisa mostra que o peso das dívidas também é maior entre os MEI, grupo em que elas representam cerca de 63% das despesas, resultado significativamente superior ao registrado entre as micro e pequenas empresas, segmento em que cerca de 45% das despesas correspondem a empréstimos e dívidas em atraso.
A redução da inadimplência do setor também foi incluída no Programa Acredita, do governo federal, que possibilitará a renegociação das dívidas do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe), fato que até então não era permitido e acabou por travar a iniciativa.
Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o maior problema do Pronampe é que ele impede a renegociação. “Isso causou imensos problemas para as empresas”, destacou o ministro da Fazenda no lançamento do Acredita.
Crédito Consciente
Por meio da página Crédito Consciente, do Sebrae, o empreendedor tem toda a assistência para que possa viabilizar o acesso a crédito de forma segura. Além de conceder o aval necessário para as operações de crédito junto às instituições financeiras com o aporte de R$ 2 bilhões no Fundo de Aval às Micro e Pequenas Empresas (FAMPE), o Sebrae oferecerá orientações para que o proprietário de um pequeno negócio inicie a sua jornada ampliando sua consciência e segurança na obtenção de um empréstimo.