Entidades representativas de docentes e servidores das universidades federais que compõem o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES-SN) cobram uma nova rodada de negociações junto ao governo federal até amanhã.
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Segundo o presidente da entidade, Gustavo Seferian, o governo ainda não apresentou uma data para que se "oportunize a negociação e apresentação do que são os patamares que entendemos ser mínimo necessário para a condução das negociações daqui em diante". "Esperamos que o governo federal responda com celeridade a esse pedido", comentou ele.
Pelo menos 46 instituições de ensino federal, segundo o ANDES-SN, estão em greve no Brasil e as principais demandas dos docentes e servidores envolvem recomposição salarial, reestruturação das carreiras, reforço no orçamento das instituições de ensino, e reajuste imediato de auxílios estudantis.
Em Minas Gerais, as instituições de Juiz de Fora (UFJF) e Viçosa (UFV) chegaram ao 17º dia de greve hoje. Enquanto isso, a Universidade Federal de São João del Rei (UFSJ) chega ao 10º dia de paralisação das atividades. Além disso, desde ontem, a Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM) paralisou suas atividades. No estado, pelo menos 10 instituições federais de ensino superior estão em greve.
Em comunicado expedido pelo Comando Nacional de Greve, foi destacado que a proposta do governo federal de reajuste dos auxílios alimentação, saúde suplementar e creche foi uma "conquista da luta e deve ser garantida para todo(a)s o(a)s servidore(a)s públicos federais de qualquer categoria a partir de maio, independentemente da assinatura do termo de compromisso, bastando a disposição do governo de efetivá-la por meio de portaria".
Os servidores defendem uma recomposição salarial de pelo menos 22,71%, sendo 7,06% em 2024, 2025 e 2026. O governo federal, no entanto, sugeriu 0% para o próximo ano, 9% em janeiro de 2025 e 3,5% em maio de 2026. Ao todo, a proposta representa 12,5% de aumento no salário.
A Associação de Docentes da Universidade Federal de São Paulo (Adunifesp) avaliou, em nota, que a contraproposta do governo Lula "recupera ainda muito pouco das perdas e, portanto, não foi aceita como base a um acordo na Mesa pelas dezenas de Assembleias Gerais Docentes nas diversas instituições federais. O que impulsionou a adesão à greve em mais institutos e universidades, incluindo a nossa".
Os servidores das instituições de ensino também querem um amplo "revogaço" de medidas criadas durante o governo dos ex-presidentes Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL), especialmente o novo ensino médio e uma portaria do ex-ministro da Educação de Bolsonaro, Milton Ribeiro, que estabelece uma cota mínima de horas em sala de aula. Aqueles que cumprem carga horária de 40 horas, devem permanecer ao menos 14h em sala, já os que cumprem 20h, devem cumprir 10h em aulas. A classe reclama que a norma limita as atividades de pesquisa e extensão.
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