Congresso Nacional

GT da reforma tributária é instalado e prevê lobby do setor privado

Excluídos da discussão da regulamentação no governo, grandes confederações empresariais, casos da Indústria, Agricultura e Comércio, serão as primeiras a serem ouvidas

Os sete deputados integrantes do Grupo de Trabalho da reforma tributária, que denominaram do grupo de
Os sete deputados integrantes do Grupo de Trabalho da reforma tributária, que denominaram do grupo de "G-7 Tributário" - (crédito: Evandro Éboli/CB/D.A Press)

O principal Grupo de Trabalho da regulamentação da reforma tributária foi instalado nesta quarta-feira (22/5), no Congresso Nacional. Com a promessa do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), de que todos os sete deputados integrantes do GT irão atuar com autonomia e independência, os membros do "G-7 da Tributário", como se autodenominaram, já contabilizam que haverá pressão e lobby dos setores diversos da economia.

Esse GT vai analisar e debater o projeto enviado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que institui o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), a Contribuição Social sobre Bens e Serviços (CBS) e o Imposto Seletivo (IS), que formam o núcleo da reforma. O grupo terá 60 dias para funcionar e apresentar um relatório.

O grupo não terá um relator específico e o texto final deverá ser assinado pelos sete integrantes.

"Quem vai assinar? Pode ser escolhido por letra ou sorteio. Ou assinam todos", disse Cláudio Cajado (PP-BA), um dos membros do grupo.

"O grupo não terá relator, nem subrelator. Vamos compartilhar as informações. E se tiver discordâncias, como se trata de matéria técnica, vai prevalecer isso, o que técnico", disse Cajado.

Na próxima terça começam os trabalhos propriamente dito, com as primeiras audiências públicas. Na parte da manhã, será ouvido o Secretário Extraordinário da Reforma Tributária, Bernard Appy. À tarde, a reunião será com representantes de grandes entidades empresariais como a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Confederação Nacional da Agricultura (CNA).

Presidente da Frente Parlamentar do Empreendedorismo (FPE), o deputado Joaquim Passarinho (PL-PA) admitiu que um modelo com "sete relatores não é fácil". O parlamentar elogiou a reunião que o grupo teve com Lira.

"O presidente Arthur Lira nos disse que tem sido procurado pelos setores. 'É tributária? Não vou atender. Procurem o GT', nos disse o presidente, que nos deu toda autonomia e só nos recomendou não aumentar a carga tributária", afirmou Passarinho na instalação.

Moses Rodrigues (União-CE) destacou que o importante é acertar a "calibragem" da regulamentação da reforma.

"Essa é a parte mais complicada e difícil. No mínimo, temos que manter como está", declarou Rodrigues, ao se referir à carga tributária do país.

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postado em 22/05/2024 19:07
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