O investidor Ivan Boesky, preso por um escândalo de insider trading nos anos 1980 e símbolo da extravagância em Wall Street, morreu nesta segunda-feira, 20, aos 87 anos. Sua filha, Marianne, confirmou a informação.
Boesky foi, naquele período, o arbitragista mais conhecido dos EUA, acumulando uma fortuna graças às apostas bem sucedidas nas ações de candidatos a aquisições, tanto em rumores quanto reais, geralmente antes dos negócios acontecerem, além de ser bastante respeitado em Wall Street pelos contatos que mantinha. Sua queda revelou quão difundido era o uso de informações privilegiadas no mundo financeiro, especialmente entre investidores mais famosos e ricos.
O americano foi condenado em 1986 por abuso de informações privilegiadas. Segundo o governo, o investidor mantinha um esquema com o banqueiro Dennis Levine sobre compras de ações de empresas importantes. As investigações mostraram que os dois tinham um acordo em que Levine ganhava até 5% nos lucros gerados por Boesky pelas suas informações privilegiadas.
O investidor assumiu culpa e sua cooperação com as autoridades federais levou ao colapso o império de junk bonds de Michael Milken - dono do banco em que Levine trabalhava - bem como as aquisições frenéticas alimentadas por dívidas que dominavam o noticiário.
Além da prisão, Boesky pagou uma multa de mais de US$ 100 milhões, sendo eles US$ 50 milhões em lucros ilegais, valor este que foi a maior da história da Securities and Exchange Comission (SEC, a CVM americana). O caso serviu como trampolim para o então procurador dos EUA em Manhattan, Rudolph Giuliani, alcançar o posto de prefeito de Nova York. Fonte: Dow Jones Newswires.
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