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Inteligência artificial, uma alavanca de negócios

Ferramenta tecnológica pode ser importante aliada das micro e pequenas empresas e contribuir para o turismo no país

Essa ferramenta que está cada vez mais presente no dia a dia das pessoas em todo o mundo, pode ser uma vantagem competitiva do micro e do pequeno negócio -  (crédito: DeltaWorks/Pixabay)
Essa ferramenta que está cada vez mais presente no dia a dia das pessoas em todo o mundo, pode ser uma vantagem competitiva do micro e do pequeno negócio - (crédito: DeltaWorks/Pixabay)

A inteligência artificial (IA) pode ser uma importante aliada do pequeno empreendedor e ajudar a alavancar o turismo no país. Mas o Brasil precisa avançar mais nesse segmento, focando na melhoria da qualidade de vida das pessoas e não para reduzir empregos, de acordo com especialistas. "A IA está redefinindo a maneira de como fazer negócio", disse Tomaz Carrijo, líder de Ciência de Dados do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) Nacional, ontem, na abertura do evento Inteligência Artificial e as novas tecnologias: os impactos no mercado brasileiro, realizado pelo Correio Braziliense com apoio do Sebrae.

Essa ferramenta que está cada vez mais presente no dia a dia das pessoas em todo o mundo, pode ser uma vantagem competitiva do micro e do pequeno negócio, além de melhorar a qualidade de vida das pessoas, na avaliação do representante do Sebrae. Ele ressaltou que a IA tem ajudado a otimizar a operação das empresas a partir da análise de dados dos seus clientes e até na precificação de produtos. "Assim, estamos melhorando a eficiência, diminuindo custos e reduzindo tempo de tarefas que são repetitivas", pontuou. "Somando tudo, a IA traz para o pequeno negócio uma vantagem competitiva. A inteligência artificial está transformando as operações, adicionando uma perspectiva bastante simples na tomada de decisão, que é a decisão baseada em dados", acrescentou.

Além de estimular o desenvolvimento econômico, o uso da inteligência artificial pode ser benéfico para o turismo. Em parceria com grandes empresas e universidades, a Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur) promove um trabalho coordenado, que visa a democratização da tecnologia, a melhora na experiência do turista e a digitalização no setor. O projeto, denominado Embratur LAB, começou no ano passado e busca resultados benéficos para o setor no país nos próximos anos, de acordo com o diretor de Gestão e Inovação da agência, Roberto Gevaerd (ver quadro).

O diretor destacou que o Brasil possui um potencial econômico em todas as áreas do turismo, o que não pode ser deixado em segundo plano. Diante disso, as iniciativas desenvolvidas no laboratório já promovem resultados na prática. Entre as iniciativas desenvolvidas, está o uso de realidade virtual para conhecer novos lugares antes de visitá-los pessoalmente. "A questão da imersão é fundamental. Se você está em dúvida se vai visitar as Cataratas do Iguaçu ou as do Niagara, você entra, pega os óculos de realidade virtual e visita as duas. E aí você decide qual local tem mais interesse", explicou Gevaerd.

O intuito é facilitar a escolha do próximo destino. O trabalho de digitalização da agência envolve grandes empresas, como o Google e o AirBnB, além de parceria com universidades do Rio de Janeiro, como a Pontifícia Universidade Católica do Rio (PUC Rio) e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), para o estímulo à inovação. Para os operadores, a tecnologia pode aprimorar a prestação de serviço e a experiência do turista, bem como atingir o turista-alvo, realizar estudos de precificação, implementar inventário e maximizar o retorno do investimento (ROI), entre outras funcionalidades. No ano passado, foram contabilizados cerca de 7,8 milhões de empregos diretos pelo turismo no Brasil. Além disso, mais de 500 atividades econômicas integram esse setor, que foi responsável por 7,3% do Produto Interno Bruto (PIB) do país, no ano passado, o que representa R$ 146 bilhões, conforme dados da Embratur.

Formação e emprego

O uso de tecnologias no mercado de trabalho é uma preocupação presente durante a formação técnica e profissional de brasileiros em diversas áreas, pontuou Vitor Corrêa, diretor regional do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial do Distrito Federal (Senac-DF). "A educação e a formação de mão de obra numa realidade tão dinâmica como a atual exige um esforço do Senac para o uso de novas ferramentas e emergências tecnológicas, que vivenciamos cada vez mais rápido no Brasil e no mundo", frisou. Ele contou que, no ano passado, foi feito um investimento de R$ 25 milhões em computadores e outros dispositivos tecnológicos para as salas de aula do Senac para que o ensino seja mais atrativo para os alunos mais jovens. A exemplo disso, ele informou que o Senac está testando atendimento clínico de saúde por meio digital, além de uma experiência de visitar pontos turísticos no metaverso. Outro ponto é que os estudantes das áreas de tecnologia e inovação estudam casos reais de embate tecnológico e apontam soluções — um exemplo é saber como fica o mercado da loteria, em meio aos chamados bets.

Sobre a preocupação acerca da ocupação de empregos, que é um debate surgido rotineiramente quando o assunto é inteligência artificial, o coordenador de Métodos, Dados e Projeções Microeconômicas no Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Luís Kubota, ressaltou que o fator que vai determinar se uma ocupação é mais passível ou não de automação, são as tarefas que são desempenhadas pela carreira. "Eu recomendo o estudo da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que foi feito em cima da realidade do Chat GPT 4. O resultado do estudo, de certa forma, tem uma coloração mais positiva", observou.

Em relação às mudanças geradas na economia e à concentração desse mercado, Kubota alertou que a "tendência monopolística" da IA está relacionada com o ponto de vista das políticas adotadas nos países desenvolvidos: a concentração de dados, o poder econômico, e, inclusive, a capacidade de contratar recursos. "Você tem que ter infraestrutura, que é o que a gente chama de maturidade digital. As firmas precisam ter maturidade para que sejam capazes de adotar essas tecnologias de modo seguro e produtivo", reforçou o coordenador.

 

 

 

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postado em 01/05/2024 03:00
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