O Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) registrou novo aumento no mês de abril, influenciado pelo grupo de alimentos e bebidas, que avançou 0,61% no período e contribuiu com 0,13 p.p. no geral. Também conhecido como prévia da inflação, o índice subiu 0,21% neste mês, demonstrando desaceleração no ritmo de crescimento desde fevereiro.
Nos últimos 12 meses, o IPCA-15 acumula inflação de 3,77%, o que também é menor que a prévia do período anterior, que registrou aumento de 4,14%. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (26/4), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Além dos alimentos e bebidas, também tiveram um impacto mais forte neste mês, os preços dos itens relacionados à saúde e cuidados pessoais (0,78%) e de vestuário (0,41%). Dos nove grupos pesquisados, apenas o segmento de transportes apresentou queda na prévia da inflação em abril, com recuo de 0,49% no período.
Dentro do setor de alimentos e bebidas, as maiores responsáveis pelo aumento do indicador em abril foram tomate (17,87%), alho (11,60%), cebola (11,31%), frutas (2,59%) e leite longa vida (1,96%). Por outro lado, houve queda no preço médio da batata-inglesa (-8,72%) e das carnes (-1,43%).
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No setor de transportes, o item que mais influenciou para a queda em abril foi a redução dos preços médios das passagens aéreas (-12,22%). Além disso, houve deflação entre os combustíveis, com o gás veicular recuando 0,97%, e óleo diesel e gasolina regredindo 0,43% e 0,11%, respectivamente. Somente o etanol (0,87%) teve alta.
Abaixo das expectativas
A prévia da inflação neste mês veio menor do que o previsto entre os analistas do mercado financeiro. Na avaliação da PicPay, a expectativa para o IPCA-15 era de um avanço de 0,30%. Para o economista Igor Cadilhac, a melhora quase que disseminada nos núcleos foi animadora e reforça o cenário desinflacionário no curto prazo.
“Aos olhos do ciclo de corte da (Taxa) Selic, esse panorama saudável contrabalança o cenário externo mais incerto. Contudo, dada a provável piora nas projeções de inflação para 2025 no modelo do Banco Central, seguindo a elevação do dólar e do IPCA no Boletim Focus, não deve dirimir as expectativas de redução de 25 pontos-base na Selic já no próximo Copom”, considera o economista.
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