O rendimento médio mensal domiciliar per capita do Brasil chegou a R$ 1.848 em 2023, um crescimento de 11,5% ante o valor de 2022. Segundo os dados da edição especial da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada nesta sexta-feira (19/4) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), esse é o maior valor já apurado no país.
O recorde anterior havia sido registrado em 2019, ano que precedeu a pandemia da covid-19. A pesquisa, intitulada Rendimento de todas as fontes, apura todas as fontes de renda além das provenientes do trabalho, como por exemplo, aposentadoria e pensão, aluguel e arrendamento, pensão alimentícia, doação e mesada de não morador.
O analista da pesquisa, Gustavo Geaquinto, afirmou que houve um aumento considerável da massa de rendimento do trabalho, mas destacou os programas de transferência de renda do governo, que impulsionam a média.
“O valor médio do benefício pago pelo Bolsa Família, que já tinha aumentado em 2022 (na época, Auxílio Brasil), voltou a crescer em 2023. Isso refletiu no valor médio dos outros rendimentos, principalmente pelo fato de que o rendimento proveniente do Bolsa Família é o de maior peso na rubrica outros rendimentos”, observou.
A pesquisa aponta que o percentual de domicílios beneficiários do Bolsa Família também foi recorde em 2023. No ano passado, quando a nova versão do programa foi implementada, a proporção de domicílios com beneficiários chegou ao maior patamar da série histórica (19,0%). Os maiores percentuais estavam no Norte e no Nordeste.
De acordo com o IBGE, o Brasil tinha 215,6 milhões de habitantes. Desses, 140 milhões tinham algum tipo de rendimento. Isso representa 64,9% da população, a maior proporção registrada pela pesquisa iniciada em 2012.
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